Relatório realizado pela Medscape National conclui que 44% dos médicos sofrem com burnout
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De acordo com um relatório realizado pela Medscape, intitulado National Physician Burnout, Depression & Suicide Report 2019, 44% dos médicos são acometidos pelo cansaço extremo, conhecido como síndrome de burnout, um distúrbio emocional. A análise online foi feita de forma anônima com 18 mil profissionais da saúde.
A síndrome de burnout, também conhecida como síndrome do esgotamento profissional, é um distúrbio emocional que causa cansaço físico extremo, estresse e exaustão em decorrência de situações desgastantes no trabalho.
O problema pode se desenvolver em pessoas que planejam objetivos de carreira muito difíceis, que começam a duvidar de suas habilidades e acreditam que não são competentes o suficiente para exercerem a profissão ou se veem em situações de excesso de trabalho, mas atinge principalmente quem lida diariamente com situações de pressão e grandes responsabilidades.
Por conta disso, os profissionais da área da saúde, em especial os médicos, são os que mais sofrem com a síndrome de burnout, pois têm a responsabilidade de cuidar da saúde e do bem-estar da população. Além disso, costumam ser submetidos frequentemente a situações de muita pressão, com longas escalas de trabalho e grandes responsabilidades.
Os efeitos da síndrome de burnout envolvem falta de vontade de sair da cama ou de casa, pouco interesse pelo trabalho, nervosismo, ansiedade, úlceras, doenças do coração, diabetes, crises de pânico e até mesmo depressão. No Brasil, outro estudo realizado em 2018 pela Medscape constatou que cerca de 26% dos médicos apresentam quadro de esgotamento físico, enquanto 11% afirmaram se sentir deprimidos.
O relatório apontou que o aumento da incidência de síndrome de burnout entre os médicos é capaz de afetar negativamente a comunidade hospitalar em geral. Grande parte dos profissionais entrevistados afirmou sofrer com problemas de memória, perda de motivação, falta da sensação de realização, alterações no sono, apatia e ansiedade.
Nos consultórios, a síndrome de burnout pode afetar a qualidade dos atendimentos médicos, uma vez que os participantes da pesquisa indicaram que se sentem desinteressados, com menos vontade de fazer anotações sobre os pacientes, mais facilmente irritados e menos amigáveis.
O primeiro passo para tratar a síndrome de burnout é reconhecer os sintomas e procurar ajuda. É bastante comum que médicos e outros profissionais da saúde deixem o problema de lado até que o estado de esgotamento chegue a seu ápice e fique ainda mais difícil de ser tratado.
Depois de reconhecer a situação, é hora de se dedicar a atividades fora do local de trabalho e de casa, como meditação, atividades físicas, hobbies e, principalmente, descanso. Se mesmo com essas distrações os sintomas persistirem, é necessário buscar auxílio profissional, visto que, ao falar do problema, o paciente começa a perceber e a agir sobre as situações que podem estar desencadeando a síndrome.
O diagnóstico deve ser feito por especialistas nas áreas de psiquiatria e psicologia. Após a análise clínica do paciente, o melhor tratamento é indicado, que pode variar e englobar sessões de terapia ou uso de medicações. O Sistema Único de Saúde (SUS) oferece assistência a pessoas com o distúrbio por meio da Rede de Atenção Psicossocial (RAPS), responsável por oferecer de forma integral e gratuita tanto o diagnóstico quanto o tratamento para a síndrome de burnout.
Como todos os distúrbios emocionais, a síndrome de burnout dá sinais antes de estar em estágio grave, então é muito importante que todos os profissionais da área de saúde que sofrem com estresse e pressão no trabalho fiquem atentos. Os primeiros sintomas são, geralmente, falta de vontade de trabalhar, mudanças bruscas de humor, lapsos de memória, pessimismo, ansiedade e isolamento.
Ao perceberem esses problemas, os profissionais devem buscar ajuda. Além disso, é importante que os médicos mantenham condutas saudáveis e uma rotina que possibilite bem-estar e viabilize certo tempo de descanso.
Fontes: MedScape, Ministério da Saúde.