Pacientes com câncer podem sofrer com metástase meses ou anos após o diagnóstico da doença primária
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A metástase (ou tumor metastático) é o nome dado para quando uma célula cancerígena se espalha pela corrente sanguínea ou linfática de um enfermo e atinge outra parte do corpo pelo sangue ou pela linfa, causando um tumor secundário. Todo tipo de câncer pode desenvolver características metastáticas, acometendo partes diferentes do corpo humano. Os órgãos mais afetados por esse tipo de doença são pulmões, fígado, ossos e cérebro.
Na maioria dos casos em que uma célula cancerígena se solta do tumor original, ela morre sem causar maiores problemas. Porém, algumas conseguem sobreviver ao trajeto e se estabilizam em outras áreas, gerando um novo tipo de câncer. Pessoas com tumores no útero, por exemplo, podem desenvolver câncer metastático nas regiões da vagina, dos pulmões e do fígado.
Em diversas ocasiões, os pacientes conseguem identificar se um tumor é metastático logo no primeiro diagnóstico da doença. Existe a possibilidade, entretanto, de as células tumorais se desprenderem durante o processo de tratamento do primeiro câncer e se transportarem para outro órgão. Alguns pacientes só apresentam sinais de metástase anos depois do aparecimento de um tumor. É importante ressaltar que não são todos os casos de câncer que desenvolvem metástase.
Existem alguns fatores indicadores do potencial de um câncer se tornar metastático. Para que uma célula cancerígena consiga se locomover para outra parte do corpo humano, informações como grau do tumor primário, tipo, tamanho e localização são relevantes. A metástase pode ocorrer após o paciente não reagir bem às tentativas de tratamento executadas pela equipe médica.
Um dos grandes riscos da metástase é a demora para diagnosticá-la. Enquanto os procedimentos médicos concentram-se no câncer primário, é comum que o desenvolvimento de uma metástase passe despercebida e encontre-se em estágio mais avançado quando identificada.
O câncer ósseo, que é uma das formas mais comuns de metástase, apresenta alguns sintomas específicos que o tornam evidentes para o enfermo. O paciente pode sentir os ossos mais fragilizados do que o normal, além de fortes dores nas costas e no pescoço. Outros sintomas clínicos são o nível elevado de cálcio no sangue e a dificuldade de urinar. Já em casos de câncer de cérebro, o paciente pode sofrer com alterações na visão, vômitos constantes e dores de cabeça. Quem tem um tumor no cérebro costuma se deparar com problemas de equilíbrio, desequilíbrio emocional e, possivelmente, ataques convulsivos.
Ao perceber qualquer sinal de um câncer metastático, o paciente deve relatar isso ao médico. O diagnóstico precoce desse tipo de doença é imprescindível para que a taxa de mortalidade diminua nesses casos.
Ao contrário dos cânceres primários, os tumores metastáticos são mais raros de serem tratados por meio de procedimentos cirúrgicos. Chamada de metastasectomia, a cirurgia busca proteger o paciente das complicações causadas pela doença. Por exemplo, em casos de metástase nos ossos que gere fraturas, é possível remover a parte do osso danificada e substituir por uma prótese. No cérebro, é feita uma cranioterapia com resseção da metástase.
Na maioria dos casos, as metástases são tratadas por meio de quimioterapia e radioterapia. Como os vasos sanguíneos do cérebro apresentam barreiras hematoencefálicas (BHE) que impedem a chegada das drogas quimioterápicas ao local, o único tratamento recomendado é a radioterapia. A metástase óssea, por outro lado, apresenta uma maior gama de procedimentos. Por conta da necessidade de interromper a perda óssea e trabalhar na recalcificação dos ossos, é possível adotar procedimentos como a hormonioterapia e o uso de bifosfonatos.
Fontes: Pfizer, Femama, Revista Onco.