Redes como Facebook, Instagram, YouTube e Twitter são mais viciantes que álcool e cigarro
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Hoje em dia, é difícil quem não esteja conectado a pelo menos uma rede social. Por lazer ou trabalho, boa parte dos brasileiros acessa Facebook, Instagram, WhatsApp, Snapchat, YouTube ou Twitter diariamente. Somos líderes em tempo gasto nas redes sociais, com a média 60% maior do que a do resto do planeta, de acordo com a pesquisa “Futuro Digital em Foco Brasil 2015”.
Por ser um fenômeno relativamente novo, muitos cientistas se debruçaram sobre o tema para entender como o uso de redes sociais impacta nossas vidas, e o resultado desses estudos não é nada otimista. Passar muito tempo conectado pode trazer problemas como distúrbio do sono, arritmia, ansiedade e depressão, de acordo com um estudo feito pela Royal Society for Public Health, do Reino Unido.
O problema é especialmente preocupante entre jovens de 14 a 24 anos de idade, pois 90% desse grupo usam redes sociais e estão mais vulneráveis aos efeitos colaterais do uso em excesso. Nos últimos 25 anos, as taxas de ansiedade e depressão nessa parcela da população aumentaram 70%.
Em análise realizada com 1.479 indivíduos entre 14 e 24 anos, houve a classificação do quanto as principais redes (YouTube, Instagram, Twitter e Snapchat) influenciavam o sentimento de comunidade, bem-estar, ansiedade e solidão. O Instagram foi definido como a rede que mais prejudica o sono e a autoimagem dos jovens, além de aumentar o sentimento de estar “por fora” dos acontecimentos e das tendências (o famoso FOMO, do inglês fear of missing out).
Dos voluntários, 70% afirmaram que o app fez com que eles se sentissem pior em relação à própria autoimagem. Entre as meninas, o resultado é ainda mais alarmante, já que 90% se sentem infelizes com o próprio corpo; ao usar a rede, pensam até mesmo em recorrer a procedimentos cirúrgicos para mudar a aparência.
Em seguida no ranking estavam Snapchat, Facebook, Twitter e YouTube. O último, apesar de deixar os jovens acordados por várias horas, é o que menos prejudica o bem-estar dos usuários. “As plataformas que supostamente ajudam os jovens a se conectarem podem estar alimentando uma crise de saúde mental”, afirmou a Royal Society for Public Health na divulgação dos resultados da pesquisa.
Os danos do uso excessivo das redes sociais já foram apontados em diferentes pesquisas, e as empresas estão de olho em estratégias para diminuir o tempo online dos usuários. Desde o último ano, a Google lançou uma série de ferramentas para preservar o “bem-estar digital” dos usuários, como o Dashboard, que contabiliza quanto tempo o usuário passa em cada app.
No Instagram também é possível ter acesso ao tempo de permanência em uso. Especialistas aconselham que pais e responsáveis fiquem de olho em adolescentes que ficam muito tempo online e podem estar precisando de ajuda psicológica. Reprimir o uso das redes não é o melhor caminho, mas sim conscientizar sobre os danos que passar muito tempo conectado podem oferecer à saúde mental.
Fontes: Estadão, TecMundo.