A síndrome de burnout pode gerar diversas complicações para o profissional
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Recentemente, a Organização Mundial da Saúde (OMS) passou a reconhecer a síndrome do trabalhador esgotado, mais conhecida como síndrome de burnout, como um problema associado ao emprego ou à falta dele.
A edição anterior da Classificação Internacional de Doenças (CID) já trazia menções a esse distúrbio, mas de forma vaga. Dando uma visibilidade maior, a nova edição do CID, que deve ser lançada em 2022, pode ajudar no gerenciamento de afastamento de profissionais devido a essa síndrome — que hoje afeta até 10% dos trabalhadores.
Mas o que é a síndrome de burnout e por que ela é cada vez mais comum?
De acordo com o Ministério da Saúde, a síndrome de burnout pode ser descrita como um estado físico, emocional e mental de exaustão extrema, resultado de um acúmulo de situações relacionadas ao trabalho que exigem demais do profissional.
A principal causa conhecida é o excesso de trabalho: ficar no escritório depois do horário, levar tarefas para casa, trabalhar em todos os fins de semana, assumir responsabilidades a mais — tudo isso vai se acumulando e esgotando o profissional. Como consequência, ele se sente constantemente cansado, não consegue produzir e, em alguns casos, é levado à depressão.
Esse problema vem se tornando cada vez mais comum em virtude da crescente exigência do mercado de trabalho, e todos os profissionais querem mostrar seu valor. Às vezes, isso depende de uma dedicação excessiva, que exclui todas as outras atividades do indivíduo em prol do trabalho. Em tempos de instabilidade, a tendência é de que o problema piore, já que todos querem garantir seus empregos.
O paciente com síndrome de burnout costuma apresentar cansaço excessivo, seja físico ou mental, mas também tem dificuldades para dormir. O cansaço constante dificulta a concentração e causa dores de cabeça, diminuindo o desempenho tanto no trabalho quanto nas relações pessoais. Por isso, é comum que ele se sinta fracassado, sem energia ou esperanças.
Os sintomas começam de forma leve e esporádica e vão se agravando com o tempo, podendo se manifestar mais fisicamente, como por meio de taquicardias. Portanto, o ideal é que o paciente procure a ajuda de um profissional da saúde mental, como um psicólogo, logo que perceba o problema progredindo.
Em geral, o tratamento é feito com psicoterapia, focando em mudanças de hábitos e estilo de vida. Em alguns casos, pode ser necessário utilizar medicamentos, como antidepressivos e ansiolíticos.
De qualquer modo, a prevenção é sempre o caminho mais interessante e eficaz. Procure o equilíbrio entre sua vida profissional e sua saúde mental, com tempo para passar com a família e os amigos, atividades prazerosas em meio às tarefas do trabalho e noites bem dormidas para compensar os dias corridos.
Fontes: Ministério da Saúde, USP.