Tecnologia tem 95% de precisão, mas pode não funcionar com todos os tipos de pele
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A hipertensão, conhecida popularmente como pressão alta, aumenta os riscos de ataque cardíaco e acidente vascular cerebral (AVC), além de poder danificar fígado, artérias, cérebro e olhos. Aproximadamente 1,3 bilhão de pessoas sofrem com o problema no mundo, e como a hipertensão não tem sintomas perceptivos até que algo mais grave aconteça, qualquer ajuda para identificá-la de forma prática é bem-vinda.
Pesquisadores da Universidade de Toronto, no Canadá, e do Hospital Afiliado da Universidade Normal de Hangzhou, na China, desenvolveram uma tecnologia que consegue medir a pressão sanguínea apenas com um vídeo gravado no smartphone. Os sensores presentes na câmera podem capturar a luz vermelha refletida da hemoglobina sob a pele e, por meio da imagem óptica transdérmica (TOI), visualizar e medir mudanças no fluxo sanguíneo.
Kang Lee, psicólogo de desenvolvimento da Universidade de Toronto e principal autor do estudo, e seu time analisaram vídeos de 2 minutos de 1.328 pessoas gravados com iPhones e obtiveram precisão de 95% ao medir a pressão sanguínea. A TOI também consegue fazer análise com vídeos que já estão salvos no smartphone.
Lee é cofundador da startup Nuralogix, que lançou o aplicativo Anura. Quando você faz um vídeo selfie de 30 segundos, o app disponibiliza dados sobre seus batimentos cardíacos e nível de estresse. Agora, com a tecnologia para medir a pressão sanguínea, a ideia é lançar uma nova versão do serviço na China, já com a TOI. Os planos incluem medir o nível de glicose no sangue, as hemoglobinas e o colesterol.
Apesar de a novidade ser de grande ajuda para pessoas que já sofrem com problemas de pressão sanguínea e precisam medi-la ou para quem mora em regiões afastadas e precisa percorrer grandes distâncias para ter atendimento médico, a tecnologia precisa de mais pesquisa, de acordo com Lee.
Outra questão que ainda precisa de validação é a precisão da TOI em peles escuras. A maioria esmagadora dos participantes do estudo é da Europa ou tem descendência europeia, portanto ainda não há prova da eficácia da tecnologia em outros tons de pele.
A princípio, o aplicativo consegue diferenciar a luz refletida na melanina e a luz refletida na hemoglobina; no entanto, sem testes que representem indivíduos com pele mais escura, é impossível saber se a TOI realmente pode medir a pressão sanguínea com o mesmo grau de precisão em todas as pessoas.
Fonte: Quartz, Engadget.