Após passar em testes de qualidade, Fiocruz encaminha para Anvisa os documentos restantes para a obtenção do registro definitivo da vacina
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A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) passou por testes de controle de qualidade e deve iniciar a produção em larga escala da vacina de Oxford/AstraZeneca. A instituição também pediu o registro definitivo do imunizante junto à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa); a expectativa é que a liberação possa ser concedida ainda nesta semana.
Recentemente, a fundação também anunciou o início do programa de transferência de tecnologias para abril. A partir do segundo semestre, a Fiocruz começará a produzir em solo nacional o ingrediente farmacêutico ativo (IFA), eliminando a necessidade e os riscos inerentes à importação da matéria-prima essencial para a fabricação da vacina.
Com isso, o Brasil pode conseguir maior independência para a imunização da população, que começou de forma lenta, com problemas logísticos e dificuldades de importação. O País vacinou menos de 10 milhões de pessoas desde janeiro e sequer atingiu o público-alvo prioritário estabelecido pelo Ministério da Saúde.
Cada lote de vacina precisa ser validado por testes de consistência, estabilidade e esterilidade que verificam a contaminação de frascos, o volume correto da vacina e a adequação de temperatura, umidade e pressão do ambiente no qual os imunizantes são fabricados.
Para a conclusão dos testes, três produções seguidas e independentes precisam ser finalizadas dentro dos parâmetros. Caso algo esteja fora do estabelecido em alguma das avaliações, todo o processo deve ser recomeçado.
Os testes demoram entre 15 a 20 dias para serem concluídos, então as doses produzidas nesta semana serão encaminhadas para a liberação da Anvisa em até 20 dias. Apenas depois da aprovação da agência, o Ministério da Saúde pode distribuir o lote, por isso qualquer falha no processo afeta substancialmente o cronograma de vacinação do País.
Até o fim de março, o Ministério da Saúde deve receber 3,8 milhões de doses do imunizante para aplicação no Programa Nacional de Imunização (PNI) — um número inferior à previsão inicial de 15 milhões, que foi afetada por um problema no equipamento que lacra os volumes. O ritmo agora deve ser acelerado, e o total de doses entregues até abril é estimado em 30 milhões.
A instituição espera fabricar de 600 mil a 700 mil doses diariamente, mas a capacidade pode chegar progressivamente até 1,2 milhão de doses por dia. A primeira linha de produção em funcionamento entrega cerca de 300 mil doses por dia. “Até o fim desta semana, caso a produção ocorra dentro do previsto, uma segunda linha de produção deverá entrar em operação para aumentar a capacidade produtiva”, informou a Fiocruz em comunicado à imprensa.
A Fiocruz também preparou a distribuição de 4 milhões de doses fornecidas pelo Instituto Serum e apoiará tecnicamente o recebimento de cerca de 2,9 milhões de doses da iniciativa Covax Facility ainda em março.
Fonte: Agência Brasil, Agência Fiocruz.