Países temem que a baixa vigilância nas variantes em circulação do coronavírus prolongue pandemia
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Com a autorização e o início do plano de imunização em diversos países, a esperança era de que houvesse a redução no número de casos do coronavírus em todo mundo. Mas, devido às novas variantes da covid-19, o cenário segue distante.
Especialistas que realizam o monitoramento do vírus e de suas variantes na América Latina alertaram que o Brasil está preocupando a comunidade global com o aumento de casos.
Realizada pela BBC News, a chamada “vigilância genômica” está em alerta com o aumento de casos e da variante Sars-CoV-2, chamada de P1, a qual acredita-se que tenham surgido no estado de Manaus.
Diferente de outras partes do mundo, o Brasil vive seu pior momento da pandemia, com um número crescente de infecções e mortes devido à covid-19, o que preocupa ainda mais os outros países que estão reagindo positivamente ao combate do vírus.
Com o aumento da transmissão da covid-19, novas variantes passaram a surgir. Além da identificada no Brasil, a P1, até o momento os cientistas conseguiram também identificar a B.1.1.7, no Reino Unido, e a B.1.351, na África do Sul.
Para entender como surge uma variante, é necessário compreender que assim que o vírus infecta uma pessoa ele pode sofrer uma mutação. As mutações também podem ocorrer quando se juntam grupos de vírus que já têm variantes, sendo estas adquiridas de mutações realizadas anteriormente. Entre as classificações de variantes, resultam as mais preocupantes e as com menor potencial de contágio.
Cada vírus tem um código genético, identificado por uma sequência de letras, chamado de genoma do vírus. Quando ocorre uma mutação, ocasionando uma variante, o código genético é modificado, portanto mudam-se as letras de identificação.
Segundo o professor de Genética Fernando González Candelas, da Universidade de Valência, na Espanha, para a BBC, as letras também funcionam como um arquivo histórico da evolução do vírus para os cientistas conseguirem realizar seu trabalho junto à identificação.
De acordo com a entrevista dada à BBC News, para o pesquisador López Correa, a América Latina se encontra em um estado embrionário na vigilância da covid-19. Enquanto isso, outros países passam à frente, registrando cerca de 300 mil genomas do vírus, um exemplo é o Reino Unido.
Segundo dados da Rede Regional de Vigilância Genômica de Covid-19, a América Latina junto ao Caribe registraram menos de 14 mil genomas até o dia 22 de março.
Enquanto houver grande número de variantes, é possível que as infecções e transmissões aumentem. Dessa forma, com novas infecções surge a probabilidade de novas variantes. Mesmo com as vacinas disponíveis, fica difícil de conseguir controlar a circulação da covid-19 e combater as mutações.
Para López, a vacinação e a vigilância devem ter a mesma importância. Afinal, é a partir desses dois pontos que é realizada uma cooperação global para melhorias da situação. Se apenas alguns países se preocuparem em vacinar e não também em vigiar, novas variantes continuarão a surgir.
Assim, fazendo o problema de saúde pública mundial aumentar, impossibilitando a diminuição de casos da pandemia.
Fonte: BBC News, The New York Times.