Como a Inteligência Artificial pode reinventar o setor da saúde?

18 de julho de 2020 5 mins. de leitura
O coronavírus impôs desafios para o sistema de saúde global, e a Inteligência Artificial tem ajudado cientistas e médicos a serem mais eficientes

A pandemia de covid-19 exige um esforço de cientistas e profissionais de saúde para entender melhor a doença, a fim de produzir rapidamente uma vacina ou um tratamento seguro para a enfermidade. Nesse contexto, Big Data e Inteligência Artificial (IA) têm sido aliados fundamentais para a obtenção de resultados rápidos.

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O primeiro caso de infecção no Brasil foi confirmado em 26 de fevereiro. No dia 16 de março, cientistas da Universidade de São Paulo (USP) fizeram o primeiro sequenciamento genético do Sars-CoV-2. A partir de uma base de dados montada com amostras de todo o mundo, foi possível identificar 198 mutações no vírus e estimar o início da infecção entre 6 de outubro e 11 de dezembro de 2019.

A IA não só atua na redução do trabalho administrativo e burocrático do setor de hospitais, mas também avança para os diagnósticos e serviços de assistência e limpeza automatizada. Com a ajuda das máquinas, os profissionais da área podem focar mais no atendimento ao paciente e menos em atividades repetitivas.

Digitalização da saúde

A IA é uma importante aliada para facilitar e dar mais qualidade e eficiência ao trabalho dos médicos. (Fonte: Shutterstock)

A rápida disseminação da covid-19 acelerou a digitalização do setor de saúde; a tecnologia passou a ser mais utilizada por hospitais e médicos para garantir atendimentos mais seguros e precisos. Pesquisadores nos Estados Unidos já conseguiram desenvolver uma ferramenta de IA capaz de identificar se a pessoa está infectada por coronavírus ou não.

O início da digitalização é tornar o prontuário eletrônico, com todo o conteúdo relativo ao paciente, como receitas, histórico e até informações financeiras e administrativas. O consultório deve passar por uma transformação digital, com a substituição de documentos em papel por processos eletrônicos, a fim de permitir a utilização da IA.

Uma pesquisa publicada na MIT Technology Review Insights apontou que 93% dos médicos entrevistados admitiram maior velocidade e precisão dos dados dos pacientes. Além disso, 78% do profissionais consultados já identificaram um melhor fluxo de trabalho em seus consultórios.

Vantagens e usos da IA

Tecnologia pode ser utilizada para realizar o diagnóstico de imagens de forma automatizada, rápida e com alto índice de acerto. (Fonte: Shutterstock)

A IA auxilia no diagnóstico, oferecendo uma visão mais precisa e completa sobre a doença por meio do cruzamento de informações. Soluções tecnológicas notificam o estado do paciente em tempo real ao médico e permitem a atualização automática da ficha e do histórico. A integração de informações clínicas possibilita prever um cenário futuro a partir dos sintomas apresentados.

A evolução tecnológica e o surgimento de softwares mais eficientes ampliaram as possibilidades da solução na área médica. Os sistemas já eram bastante difundidos como ferramentas administrativas, lidando com informações financeiras e de gestão. No entanto, agora seu uso também se estende a toda a cadeia, inclusive diagnóstico e prescrição de medicamentos.

Veja algumas possíveis aplicações dessa tecnologia.

  • Análise de dados para aceleração de diagnóstico: engenheiros e pesquisadores estão usando o machine learning para reunir dados e desenvolver algoritmos que ajudem médicos a procurar sintomas das doenças.
  • Rastreamento de casos: sistema de IA pode ajudar a identificar infectados e possíveis surtos por meio de monitoramento de notícias na internet e publicação nas redes sociais; e há também sistema de visão computacional com sensor de temperatura.
  • Análise de exames: a tecnologia está sendo utilizada para analisar imagens de tomografia e outros exames para detectar com maior eficiência e grau de acerto. Cientistas chineses estão lançando sistemas capazes de diagnosticar covid-19 em segundos com precisão.
  • Robôs desinfectantes: robôs foram utilizados pelos chineses para a dispensação de remédios para pacientes, limpeza e desinfecção de hospitais, com luz ultravioleta. Com isso, reduziram a exposição de médicos e enfermeiros.
  • Identificação de febre: um sistema da empresa chinesa Baidu, que está sendo utilizado na Estação Ferroviária de Qinghe, em Pequim, é capaz de analisar a temperatura de 200 pessoas por minuto, com precisão de 0,5°C. Temperaturas acima de 37,3°C geram um alerta para as autoridades.
  • Análises preditivas: a BlueDot, uma startup fundada em resposta à epidemia de Sars, usa linguagem natural para buscar notícias sobre a doenças em pessoas e animais. O sistema conseguiu prever o aumento de altas taxas de pneumonia na China nove dias antes de os números aumentarem.

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Fonte: Startse, Portal Telemedicina.

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