Risco de desenvolver quadro grave é três vezes maior em indivíduos com doenças neurodegenerativas
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De acordo com uma pesquisa realizada pela Universidade de São Paulo (USP) e o Instituto Butantan em parceria com a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), pacientes com Alzheimer têm risco três vezes maior de desenvolver casos graves de covid-19.
Em release oficial da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), que auxilia o estudo, o professor Sergio Verjovski Almeida, do Instituto de Química da USP e coordenador do projeto, afirmou que “todas as causas de demência são fatores de risco para aumento tanto da gravidade da covid-19 como de morte pela doença e, em pacientes com doença de Alzheimer, esses riscos são mais acentuados”.
Um dos fatores relacionados à piora dos quadros do novo coronavírus seria a idade avançada dos portadores de Alzheimer, que costumam ter mais de 65 anos. Além disso, muitos costumam viver em casas de repouso, o que aumenta a chance de contágio.
Para realizar a análise foram analisados 12,8 mil casos de idosos que foram testados para a covid-19, sendo que mais de 1,16 mil testaram positivo para Sars-CoV-2. Todos foram selecionados a partir do UK Biobank, um banco de dados com mais de 500 mil indivíduos que recebem acompanhamento pelo sistema de saúde pública do Reino Unido desde 2006.
Os pesquisadores separaram os envolvidos em três grupos de faixas etárias:
Dessa forma, foi possível avaliar registros de doenças preexistentes, hospitalizações, detalhes clínicos e casos de óbitos.
Os resultados da pesquisa mostraram que todas as causas de demência foram consideradas fatores de risco para o agravamento do novo coronavírus. “Os resultados do nosso trabalho indicam que é necessário dar uma atenção especial a esses pacientes ao serem internados”, disse Verjovski em release oficial da Fapesp.
Uma das hipóteses levantadas durante a pesquisa é que os problemas no sistema imunológico e as inflamações crônicas aumentam a vulnerabilidade dos pacientes à doença, reduzindo a capacidade do corpo lutar contra o novo coronavírus.
Outra explicação pode estar relacionada à barreira hematoencefálica, uma estrutura do cérebro que protege o Sistema Nervoso Central (SNC) de substâncias potencialmente neurotóxicas, essencial para um bom funcionamento metabólico.
Os integrantes do estudo acreditam que uma alteração nessa estrutura, causada pelo Alzheimer, pode aumentar os índices de infecção do sistema nervoso central. Consequentemente, a recomendação dos profissionais da Saúde é de que essas pessoas redobrem os cuidados para evitar o contágio seguindo os protocolos de segurança e aderindo ao isolamento social sempre que for possível.
Fonte: Fapesp, Alzheimer and Dementia.