Anemia: quais são os sintomas, tipos e tratamento?

9 de novembro de 2022 5 mins. de leitura
A falta de nutrientes está entre as causas da anemia, que tem diferentes tipos e pode acometer qualquer pessoa

Classificada como um grave problema de saúde pública, a anemia é caracterizada pela diminuição da concentração de hemoglobina no sangue. A proteína existente nos glóbulos vermelhos, também chamados de hemácias, tem o papel de distribuir para todo o organismo o oxigênio captado pelos pulmões. A doença, que pode acometer qualquer pessoa, tem diferentes tipos e intensidades, e as causas são multifatoriais. Os fatores mais prevalentes são os ocasionados pela falta de nutrientes, entre eles o ferro, o zinco, o ácido fólico e a vitamina B12.

A estimativa, de acordo com o Ministério da Saúde, é de que a anemia ferropriva, resultante da deficiência de ferro, represente 90% dos casos registrados. Os grupos que demandam maior atenção são as gestantes, mulheres que acabaram de dar à luz e lactantes e mulheres em idade reprodutiva, além de crianças, idosos e garotas adolescentes.

A Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde (PNDS), desenvolvida pela pasta e pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostrou que cerca de 3 milhões de crianças brasileiras menores de 5 anos tinham a doença, o equivalente a 20,9% do total. O índice registrado de mulheres com anemia foi de 29,4%, podendo estar relacionada, ainda, a metade das mortes durante o parto.

Os principais sinais e sintomas são cansaço, queda de pressão arterial, fraqueza, tontura, sonolência, taquicardia, falta de ar e, em estágios mais avançados, palidez em locais como gengivas e olhos. O que leva a esse quadro é, principalmente, a alimentação inadequada, com baixa ingestão de alimentos ricos em ferro (carne vermelha, ovos, feijão e espinafre, por exemplo). A doença também pode, entretanto, ser proveniente de perda de sangue, como hemorragia e menstruação excessiva, ou problemas de absorção.

Cansaço e fraqueza estão entre os sinais apresentados por pacientes com anemia. (Foto: Pixabay/Reprodução)

Quais são os diferentes tipos de anemia?

Ainda que a anemia por falta de ferro e nutrientes seja a mais comum, existem outros tipos com causas diversas, como fatores genéticos e patologias, sintomas variados e tratamentos específicos.

Os principais tipos são: a anemia microcítica, quando as hemácias têm um tamanho menor que o normal; a macrocítica, caracterizada por hemácias em tamanho maior que o normal; e a normocítica, cujo tamanho dos glóbulos vermelhos permanece normal.

A anemia ferropriva faz parte do primeiro tipo, assim como a talassemia, que é hereditária e não tem cura, podendo ser leve ou grave, com sintomas que incluem atraso no crescimento, alterações ósseas e aumento do baço, além de cansaço, irritabilidade, entre outros.

No grupo de anemia macrocítica estão: a megaloblástica, ocasionada pela baixa ingestão de vitamina B12, com os sintomas clássicos e mais alguns, como queda de cabelo, dor de barriga e alterações do sistema intestinal; a anemia de Fanconi, também provocada pela deficiência de B12 e com sintomas semelhantes; e a anemia perniciosa, uma doença autoimune, que ocorre quando o organismo, mesmo com a ingestão dessa vitamina, não consegue absorvê-la. Entre os sintomas, estão o formigamento no corpo e a dificuldade para andar.

O terceiro tipo, da anemia normocítica, é composto pela anemia hemolítica autoimune (AHAI), que acomete mais as mulheres do que os homens e é caracterizada pelo ataque de anticorpos aos glóbulos vermelhos, provocando sintomas como cansaço, tontura, marcas roxas na pele e, em casos mais graves, icterícia e sensação de inchaço abdominal; pela anemia falciforme, que é genética e pode provocar dor em todo o corpo; e pela aplástica, anemia rara e autoimune que pode ser congênita ou adquirida, e altera a função da medula e a produção normal de sangue, podendo apresentar diversos sintomas, entre eles infecções frequentes e hematomas no corpo.

Diagnóstico e tratamento da anemia

O diagnóstico dos diversos tipos da doença é feito por meio de um hemograma, a fim de analisar os níveis de hemoglobina presente no sangue. Se os valores dessa proteína forem menores do que 12 gramas por decilitro de sangue (< 12g/dL) em mulheres, e 13 gramas (13 g/dL) em homens, a pessoa é considerada anêmica. Também podem ser feitas avaliações clínicas, de hábitos alimentares e outros exames complementares.

O hemograma é o principal exame para a detecção da doença. (Fonte: Pixabay/Reprodução)

A etapa principal é definir o tipo da doença e, consequentemente, o melhor tratamento, focado na condição que está provocando o problema. As medidas necessárias podem variar desde o aumento da ingestão de ferro, vitamina B12, suplementos e medicamentos, até procedimentos mais complexos, como transfusões de sangue, transplante de medula ou acompanhamento médico ao longo da vida.

A anemia pode gerar muitas complicações caso não seja tratada, a exemplo de problemas cardiovasculares, de desenvolvimento, complicações durante a gravidez, dificuldades para a realização de atividades do cotidiano, entre outros, inclusive óbito. Diante de qualquer sintoma, não deixe de procurar um profissional de saúde especializado.

Fonte: Ministério da Saúde, Pfizer, ABHH

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