Segundo o Guia 2020 da Interfarma, Brasil está longe do protagonismo em inovação no campo das pesquisas clínicas
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O Brasil está no 25º lugar no ranking global de países que mais produzem pesquisas científicas, é o que indica o Guia 2020 da Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa (Interfarma). Segundo o balanço anual de 2019 no setor farmacêutico, o país sul-americano ainda exerce um papel secundário dentro do segmento.
A pesquisa também posicionou o Brasil em 66º lugar de 169 países participantes no ranking mundial de inovação em saúde e em pesquisa clínica. Apesar de ser a 9ª maior economia do mundo, segundo o Fundo Monetário Internacional (FMI), os indicadores mostram que o mercado brasileiro não tem rumado para assumir um protagonismo na indústria científica.
Em declaração oficial, a presidente da Interfarma, Elizabeth de Carvalhaes, ressaltou sobre como a pandemia do coronavírus acentuou a importância global no ramo da pesquisa clínica e comentou a situação atual vivida pelo Brasil. Segundo Carvalhaes, o país tem potencial suficiente para ocupar o 10° lugar no ranking de pesquisa clínica.
“Caso isso ocorra, é calculado que o País tenha um ganho anual de R$ 2 bilhões em investimentos e beneficie mais de 55 mil pacientes, entre outras melhorias. Essa capacidade se dará via uma mudança do cenário político e regulatório”, ela destacou. A líder da associação disse estar em conversas com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e com o Congresso Nacional para tentar reverter o cenário atual.
Ao longo de 2019, o Brasil foi responsável por criar 223 estudos clínicos — o que representa 1,9% de taxa de participação a nível global. Na outra ponta do ranking, os Estados Unidos lideram o índice com 4.066 estudos desenvolvidos e taxa de participação de 34,5%.
A participação de um país em investimentos no segmento de pesquisa e desenvolvimento (P&D), seja através do setor privado ou público, é uma das principais formas de mensurar o potencial de uma nação na economia moderna. Dessa forma, Estados que mais investem em pesquisa clínica consequentemente se tornam mais atraentes para investidores internacionais.
Entretanto, esse não parece ser um caminho que tem sido seguido pelo governo brasileiro. Em 2018, o Brasil gastou cerca de R$ 66,82 bilhões em medicamentos há mais de 10 anos no mercado nacional, e apenas R$ 3,60 bilhões em produtos com menos de 6 anos de desenvolvimento.
Isso significa que, por conta da demora na atualização do mercado, os pacientes brasileiros não têm o mesmo acesso ao que existe de mais novo na saúde em comparação a outros países. Por conta disso, o país perde a oportunidade de oferecer produtos que poderiam salvar pessoas e melhorar a qualidade de vida de seus habitantes.
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Fontes: Saúde Business.