O envio dos imunizantes foi adiado diversas vezes, enquanto a Anvisa autorizou a ampliação da validade da vacina
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A Food and Drug Administration (FDA) dos Estados Unidos autorizou o envio de 3 milhões de doses do imunizante contra a covid-19 da Janssen ao Brasil. A vacina, desenvolvida pela farmacêutica Johnson & Johnson, recebeu autorização de uso emergencial no País pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) no dia 31 de janeiro. Em março, o Ministério da Saúde fechou o contrato para o fornecimento de 38 milhões de doses até o final de 2021.
O início do envio das vacinas estava previsto para o último trimestre deste ano, a partir do mês de outubro. No entanto, a possibilidade de perda dos imunizantes, que tinham a validade original até 27 de junho, levou ao anúncio de antecipação do envio das doses para o Brasil.
A chegada dos imunizantes estava prevista para o dia 15 de junho, mas foi adiada por questões logísticas. O envio seria feito em uma remessa única, e agora os imunizantes devem ser divididos em três lotes. Para garantir a aplicação, a Anvisa resolveu ampliar o prazo de utilização de três para quatro meses e meio.
A Janssen anunciou, com base em um estudo publicado na revista científica New England Journal of Medicine, que a eficácia global para casos leves a moderados da vacina é de 66%, uma taxa global maior do que a Coronavac (50,38%), contudo, menor do que a dos imunizantes da AstraZeneca (70%) e da Pfizer (acima de 95%). Nos casos graves, a proteção chega a 85%.
A tecnologia utilizada pela Janssen é semelhante à da vacina da AstraZeneca. Ambos os imunizantes fazem uso do adenovírus modificado geneticamente para transportar um pedaço da proteína Spike do Sars-CoV-2. Ao receber a vacina, o sistema imunológico detecta a proteína e produz anticorpos para criar uma resposta protetora contra a infecção pelo coronavírus.
O imunizante desenvolvido pela Johnson & Johnson foi o primeiro aprovado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) com a utilização de dose única. A resposta imune adequada é atingida cerca de 15 dias após a aplicação da vacina.
De acordo com informações da fabricante, a vacina da Johnson & Johnson precisa ser armazenada a temperaturas entre 2 °C e 8 °C por até três meses. Esse prazo foi ampliado para até quatro meses e meio pela Anvisa. Entretanto, por conta da proximidade da validade, o primeiro lote do imunizante deve ser inicialmente distribuído apenas entre as capitais brasileiras.
Os testes clínicos da fase três também foram realizados no Brasil. A vacina se mostrou efetiva contra as variantes Alpha (Reino Unido), Beta (África do Sul) e Gama (Manaus). Ainda não há informações sobre a eficiência do imunizante contra a variante Delta, que tem origem na Índia.
Segundo informações do Centers for Disease Control and Prevention (CDC) dos Estados Unidos, a vacina da Janssen é recomendada para pessoas com 18 anos ou mais, exceto para quem já teve reações alérgicas aos ingredientes do fármaco, como polissorbato. Entre os possíveis efeitos colaterais identificados estão dor, vermelhidão e inchaço no local da aplicação. O imunizante também pode provocar:
Os efeitos colaterais, que são um sinal natural da resposta imune do organismo, acontecem um ou dois dias após a vacinação e desaparecem dentro de alguns dias.
Fonte: Organização Mundial de Saúde (OMS), Covid Symptom Study, National Health System (NHS), Agência Brasil, The Lancet, BBC.