Entenda os principais desafios para controlar novos casos e erradicar a doença
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A tuberculose ainda é um desafio para a saúde pública brasileira e global. O tratamento foi descoberto em 1882 por Robert Koch, mas a doença ainda atinge milhares de pessoas todos os anos. Isso ocorre porque a bactéria Mycobacterium tuberculosis é de fácil contágio.
Devido aos altos índices, a Organização Mundial da Saúde (OMS) estipulou uma estratégia global para seu enfrentamento. O objetivo é atingir menos de 10 casos em cada 100 mil habitantes e a mortalidade, de 1 em cada 100 mil habitantes até 2035.
Para alcançar a meta da OMS, o Ministério da Saúde elaborou um documento com estratégias voltadas para o cenário brasileiro, chamado Brasil Livre da Tuberculose.
Hoje, a eficácia do tratamento é alta, curando até 90% dos casos. Mas, apesar do diagnóstico simples, o que faz com que a tuberculose ainda seja um problema de saúde pública? Entenda quais são os índices nacionais e globais e os desafios para o enfrentamento da doença.
Dados de 2016 da OMS estimam 10,4 milhões de pessoas doentes no mundo, sendo 1,8 milhão por ano o número de mortes por tuberculose. O Brasil aparece como um dos países com mais casos, ocupando o 17º lugar entre os 22 responsáveis por 82% dos casos confirmados.
O Brasil vinha passando por um período de considerável queda nos casos confirmados da doença. Porém, entre 2016 e 2018 os números voltaram a crescer, o que preocupa os profissionais da área.
Um ponto positivo foi a redução de abandono do tratamento e mortalidade entre 2001 e 2018. Todas as regiões do país apresentaram uma significativa queda na taxa de abandono do tratamento (35,6%), assim como a taxa de mortalidade (33,6%).
Esses números mostram um avanço efetivo dos programas de combate à tuberculose, mas ainda há muito a ser feito. Sendo assim, é necessária uma força-tarefa entre os profissionais da saúde e governos — federal, estaduais e municipais — para conseguir atingir os objetivos até 2035.
Um dos principais responsáveis para os altos índices está relacionado ao diagnóstico precoce da doença. Cada paciente com tuberculose não identificada e tratada pode infectar entre 10 e 15 pessoas por ano.
Assim, o diagnóstico precoce é fundamental para que o portador do bacilo não transmita para outras pessoas. Isso porque a partir do 15º dia do início do tratamento a maioria das pessoas já não transmite mais a doença.
Outro ponto importante a que os profissionais devem atentar é a educação e a conscientização dos pacientes quanto aos perigos do abandono do tratamento. Essa atitude pode levar a duas consequências: a permanência do doente como fonte de contágio e a resistência medicamentosa. Os principais responsáveis pela persistência da tuberculose são:
Uma observação deve ser feita quanto ao preconceito que ainda gira em torno da doença, o qual também é um fator importante. Devido ao antigo estigma, as próprias pessoas infectadas, muitas vezes, ficam com vergonha de procurar o atendimento médico.
Os desafios de combate à doença estão intimamente atrelados ao motivo de ela ainda ser um problema. A fim de atingir as metas da OMS citadas anteriormente, o documento do Ministério da Saúde aponta três princípios para a estratégia.
É importante também manter o incentivo à vacinação de toda a população. A BCG é a vacina infantil que combate a tuberculose, então são fundamentais as ações para manter a cobertura dela.
Com todos os avanços no diagnóstico e tratamento, a tuberculose não precisa ser um problema. Mas, para isso, é necessário um esforço conjunto e políticas públicas eficazes para atingir as metas da OMS até 2035.
Fontes: DataSUS, Brasil Livre de Tuberculose, Câmara dos Deputados.