Detecção precoce do câncer de mama possibilita tratamentos mais simples e taxas altas de sobrevida
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O câncer de mama é o segundo tipo de câncer mais comum entre mulheres em todo o mundo. De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), apenas em 2018 foram estimados 59,7 mil novos casos, muitos deles diagnosticados apenas em estágios avançados, o que dificulta o tratamento e aumenta o risco de mortalidade.
Segundo a Agência Internacional de Pesquisa em Câncer (IARC), o câncer de mama é um dos tipos que mais mata no mundo. Devido a sua alta incidência, a prevenção e a detecção precoce são os meios simples e eficazes de controle da doença.
Após os 50 anos de idade, as mulheres se tornam mais suscetíveis a esse tipo de câncer, o que demanda maior atenção e exames frequentes. Mulheres abaixo dessa faixa etária têm menos chances de desenvolver a doença, mas também podem ser acometidas.
Além da idade, fatores biológicos e comportamentais podem desencadear o surgimento dos tumores, como histórico de alterações hormonais, tabagismo, ingestão de bebidas alcoólicas e casos anteriores de câncer na família.
Adotar hábitos saudáveis é um dos primeiros passos para evitar o desenvolvimento da doença. O cuidado com a alimentação, o controle do peso e a prática regular de esportes podem diminuir em quase 30% as chances de aparecimento do câncer.
Porém, tendo em vista fatores externos, os métodos de prevenção como o autoexame e a mamografia continuam sendo importantes, principalmente entre as mulheres em grupos de risco.
A checagem de alterações na saúde e na aparência das mamas é a forma mais comum de detectar a neoplasia — 66% em média, segundo o INCA. Alterações e deformações nos seios, irritações, vermelhidão, secreção ou sangramento são alguns dos sintomas que evidenciam a presença da doença e, caso observados, requerem uma visita ao médico.
Como alguns sinais nem sempre são visíveis, o apalpamento dos seios, das axilas e das fossas claviculares também deve ser feito, a fim de procurar nódulos ou protuberâncias não visíveis. Essas atitudes são indicadas para mulheres de qualquer idade, independentemente do histórico familiar de câncer.
Já a mamografia é recomendada pelo Ministério da Saúde a cada 2 anos para quem pertence aos grupos mais suscetíveis à doença, como mulheres entre 50 anos e 69 anos de idade.
A Sociedade Brasileira de Mastologia, por sua vez, define 40 anos como a idade mínima, além da realização anual do exame. Após os 70 anos, uma avaliação de risco deve ser efetuada, a fim de determinar a frequência ideal de realização do exame.
Uma ação preventiva é a mastectomia profilática, que envolve a remoção da glândula mamária. Essa opção, considerada mais radical, é geralmente recomendada para mulheres portadoras dos genes BRCA 1 e 2, que são altamente suscetíveis ao desenvolvimento de tumores nas mamas.
Quando detectado precocemente, o câncer de mama tem grandes chances de cura, além de seu tratamento ser menos invasivo. A taxa de sobrevida após 5 anos para tumores em estágio inicial é de quase 90%, contra 7,9% para tumores em estágio avançado — o que torna a prevenção ainda mais importante.
Enquanto tumores em estágio avançado requerem terapia por quimio ou radioterapia, tumores pequenos podem apenas ser removidos, descartando a necessidade da retirada de todo o seio, conhecida como mastectomia radical. Porém, se o procedimento for imprescindível, há a possibilidade de reconstrução da mama em casos menos graves.
Segundo a Lei n. 12.732, de 2012, indivíduos que descobrem a existência de um tumor maligno têm direito a atendimento pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em até 60 dias após o diagnóstico.
O tratamento que se estende ao público feminino, inclui as cirurgias de retirada do tumor, mastectomia, cirurgias de reconstrução e a terapia com quimio ou radioterapia.
Fontes: IARC, Fundação do Câncer, Centro Universitário São Camilo, Oncoguia, INCA, Ministério da Saúde.