País alcançou marco histórico em número de médicos, mas sofre com má distribuição
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O Brasil alcançou um marco histórico em número de médicos; entretanto, a má distribuição desses profissionais é um problema que ainda persiste.
De acordo com a pesquisa Demografia Médica 2018, feita pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) com o patrocínio do Conselho Federal de Medicina (CFM) e do Conselho Regional de Medicina de São Paulo (Cremesp), em janeiro do último ano o País registrou 452.801 médicos. Em 2020, a expectativa é de mais de meio milhão de profissionais atuando no País.
Enquanto algumas áreas estão muito bem atendidas, especialmente as capitais, outras carecem da presença de médicos. O Sudeste é a região brasileira com a maior quantidade de médicos por habitante, com 2,81 profissionais para cada grupo de mil pessoas; já no Norte e no Nordeste, a densidade cai para 1,16 e 1,41, respectivamente.
São Paulo concentra 28% do total de médicos no País, sendo o estado com a maior taxa de profissionais. A densidade médica mais alta está o Distrito Federal (4,35), seguido pelo Rio de Janeiro (3,55). Os estados que mais carecem de profissionais em atuação são Maranhão (0,87), com a menor densidade demográfica, e Pará (0,97).
Apesar de o número de médicos por 1 mil habitantes ter sido fixado em 2,18, o estudo mostra que esse valor tem grande variação quando os dados regionais são avaliados.
No Sudeste, área que concentra 41% dos habitantes do Brasil, há a presença de 54% de todos os médicos; no Norte, onde vivem 8% dos brasileiros, o número de profissionais cai para 4%.
Mário Scheffer, coordenador da pesquisa e professor do Departamento de Medicina Preventiva da FMUSP, explica que a desigualdade não é apenas vista geograficamente mas também nas periferias de grandes centros urbanos e no sistema de saúde.
“Faltam médicos nos pequenos municípios, nas periferias das grandes cidades e em vários serviços do Sistema Único de Saúde (SUS), na atenção primária, em prontos-socorros e em ambulatórios de especialidades”, afirma.
As capitais brasileiras chegam a registrar até quatro vezes mais médicos do que os municípios do interior. De todos os profissionais em atuação no Brasil, 55% estão distribuídos pelas 27 capitais, que reúnem 23% da população do País.
No interior, a densidade é de 1,28 profissional para cada 1 mil habitantes. E o mesmo estudo apontou que o porcentual de mulheres na profissão aumentou, e elas já representam a maioria entre os recém-formados.
Fontes: Agência Brasil, USP.