Como o Hospital Sírio-Libanês enfrentou a pandemia?

20 de outubro de 2021 4 mins. de leitura
Complexo hospitalar brasileiro teve uma taxa de mortalidade baixa em suas unidades de atendimento

Conheça o maior e mais importante evento do setor de saúde do Brasil.

Em painel realizado nesta quarta-feira (20), o Estadão Summit Saúde 2021 abordou quais medidas adotadas pelo Hospital Sírio-Libanês o tornaram um case de sucesso na crise sanitária. O evento, considerado o mais importante e o maior do setor, está sendo realizado de forma online e gratuita até a próxima sexta-feira (22).

A pandemia causada pelo novo coronavírus impôs desafios para a atuação de instituições e profissionais de saúde em todo o mundo. Ao longo de 18 meses da pandemia, mais de 21 milhões de brasileiros tiveram diagnóstico confirmado para a covid-19. Parte deles, cerca de 5,5 mil pacientes, foram atendidos nas unidades do Sírio-Libanês em São Paulo e Brasília.

A instituição registrou uma mortalidade geral de 4,5% entre seus pacientes. Quando considerados apenas o atendimento em UTI, esse índice foi de 15%. Os números, considerados extremamente baixos em comparação a outros hospitais, se tornaram um case de sucesso, e foram resultados de um trabalho orquestrado e contínuo.

Estratégia para enfrentamento da pandemia

A expertise do Hospital Sírio-Libanês em cuidar de pacientes críticos é prévia à pandemia. (Fonte: Estadão Summit Saúde 2021/Reprodução)
A expertise do Hospital Sírio-Libanês em cuidar de pacientes críticos é prévia à pandemia. (Fonte: Estadão Summit Saúde 2021/Reprodução)

Antes mesmo da covid-19 se espalhar pelo Brasil, o Hospital Sírio-Libanês montou um comitê de crise para acompanhar a evolução da doença em outros países. O procedimento adotado é padrão na instituição e já foi aplicado a epidemias do sarampo e do ebola.

O grupo envolveu “inúmeros líderes de diversas áreas, como comunicação, diretoria assistencial, núcleo de logística”, lembrou Maura Salaroli de Oliveira, gerente médica da Comissão de Controle de Infecção da instituição.

Com reuniões regulares, o comitê é responsável por absorver aprendizados, desenvolver novos protocolos clínicos, além de oferecer subsídios para o treinamento para a equipe de colaboradores e campanhas de formação para a população em geral.

A pauta dos encontros é estruturada em um método eficaz e pragmático, que começa abordando a ocupação hospitalar e a necessidade de insumos até chegar em outras necessidades diárias, e formulação de protocolos e fluxos de treinamento.

Felipe Duarte Silva, gerente de Pacientes Internados e Práticas Médicas do Hospital Sírio-Libanês em São Paulo comentou que “foram criados 100 protocolos operacionais para orientar as equipes de São Paulo e Brasília”. Por isso, foi essencial criar uma comunicação assertiva, com cards que resumiam mensagens de fácil assimilação.

Além disso, foram determinantes para o resultado de sucesso:

  • dimensionamento adequado da equipe;
  • gestão de cuidado baseada em indicadores;
  • protocolos baseados na ciência.

Zelo com os funcionários

(Fonte: Estadão Summit Saúde 2021/Reprodução)
(Fonte: Estadão Summit Saúde 2021/Reprodução)

Outra preocupação da instituição foi cuidar da saúde dos funcionários. Entre os 10 mil colaboradores, nenhum veio a óbito e apenas dois tiveram casos graves de covid-19. O resultado foi alcançado com um protocolo rígido de segurança. 

Na apresentação de qualquer sintoma da doença, os funcionários eram testados. “O critério para testes com colaborador é muito mais sensível do que para pacientes em atendimento”, afirmou Silva.

Além disso, equipes deram suporte psicológico aos profissionais de saúde por conta do estresse e da pressão durante a pandemia. Os colaboradores também foram tranquilizados, sendo informado que os procedimentos de paramentação e desparamentação já eram conhecidos. “O vírus é novo, mas o protocolo é o mesmo para sarampo, tuberculose e outras doenças respiratórias”, comentou Oliveira. 

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Fonte: Estadão Summit Saúde 2021.

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