Como surge a pneumonia?

5 de março de 2020 4 mins. de leitura
Doença pode ser extremamente perigosa se não tratada a tempo

A pneumonia é uma grave doença que afeta o sistema respiratório e pode até matar se não for tratada corretamente. Ela pode atacar apenas um ou os dois pulmões, normalmente acometendo os alvéolos ou os interstícios (espaço entre os alvéolos).

“A infecção pode ser causada por uma infinidade de patógenos, como bactérias, vírus como o influenza e até fungos”, explica Dana Hawkinson, médica especialista em doenças infecciosas, em entrevista para a Allure.

A infecção faz com que os espaços alveolares, onde ocorrem as trocas gasosas, fiquem cheios de líquido. Para combater, o corpo envia um exército de glóbulos brancos, que atacam os agentes causadores da pneumonia, mas podem contribuir para a dificuldade da passagem do oxigênio do pulmão para a corrente sanguínea.

A gripe causada pelo vírus influenza pode enfraquecer os pulmões, causando uma infecção. Isso pode abrir brechas para que bactérias se alojem nos órgãos e causem a pneumonia. “Quando isso ocorre, a pessoa com gripe começa a melhorar e, de repente, fica muito mais doente com o aparecimento da pneumonia bacteriana”, explica a pneumologista Linda Barr.

Grupo de risco

Normalmente, é comum associar a pneumonia aos mais idosos, pois eles já estão com o sistema imunológico mais enfraquecido.

Porém, outras pessoas com os mesmos problemas de imunidade podem contrair a doença a qualquer momento da vida. Bebês, alcoolistas e fumantes também são mais vulneráveis aos efeitos da pneumonia. Pessoas com câncer, doenças cardíacas, HIV ou Aids, diabetes e problemas renais também estão suscetíveis às infecções respiratórias pulmonares. É importante salientar que a pneumonia é contagiosa.

“Alguns tipos de pneumonia, como as causadas por vírus, são mais facilmente transmitidas de uma pessoa para outra. Já no caso das bacterianas, que são as mais comuns, a transmissão é mais difícil, mas também pode ocorrer, dependendo principalmente do estado de vulnerabilidade de cada pessoa”, explica o site do Dr. Drauzio Varella.

(Fonte: Shutterstock)

Sintomas da pneumonia

  • Febre alta
  • Dor no peito
  • Tosse
  • Mal-estar
  • Alterações da pressão arterial
  • Muco amarelado ou esverdeado
  • Fraqueza
  • Sudorese intensa, principalmente à noite
  • Náusea
  • Falta de ar

Os sintomas irão depender do tipo de pneumonia que acomete o paciente. Além disso, muitas manifestações se assemelham às da gripe, mas é importante ficar atento à duração e à intensidade.

Os sintomas acima são os mais comuns, mas, no caso da pneumonia viral, podem aparecer dores de garganta, de ouvido, de cabeça ou pelo corpo. Em crianças, é comum haver alterações na respiração, como aceleramento ou ruídos. Já idosos podem se sentir desorientados e apresentar quadros de perda de memória.

Tratamento da pneumonia

Primeiro, é preciso determinar o tipo de pneumonia: viral ou bacteriana. Isso é feito através da análise do muco, que é coletado durante o exame médico. Também é necessária uma radiografia do tórax para identificar a extensão da inflamação e definir a melhor abordagem.

Normalmente, a pneumonia bacteriana é tratada com administração de antibióticos. Já no caso da viral, pode ser preciso internamento ou acompanhamento médico mais próximo, exigindo muito repouso e ingestão de líquido. Remédios antivirais, como o Tamiflu, podem ser receitados para o tratamento.

(Fonte: Unsplash)

Riscos e complicações

“Se você recebe tratamento por meio de antibióticos em casa, deve começar a melhorar dentro de três a cinco dias”, explica Linda Barr. “Se sua saúde não melhorar ou piorar, se você tiver falta de ar que interfira em suas atividades diárias, se tiver dor no peito ou confusão, precisará entrar em contato com seu médico imediatamente, pois isso pode exigir hospitalização”, complementa a pneumologista ao Allure.

Em casos mais graves, a inflamação pode cair na corrente sanguínea e se espalhar para outros órgãos. Além disso, as tosses intensas podem até fazer o paciente quebrar uma costela. Pacientes com histórico de doença pulmonar ou com sistema imunológico comprometido, como portadores de HIV/Aids ou em processo quimioterápico, são mais vulneráveis à gravidade dos sintomas. Crianças e idosos também necessitam de cuidados especiais.

Os sintomas da pneumonia costumam passar em alguns dias na maioria dos casos. Porém, pacientes com complicações podem levar até 6 meses para ficarem totalmente curados. Também é possível uma falência de outros órgãos, principalmente coração e cérebro, pela falta de oxigênio circulante no sangue.

Fontes: Allure, The Guardian, Drauzio Varella, Hospital Sírio Libanês.

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