Coronavírus pode causar danos permanentes aos pulmões

17 de março de 2020 3 mins. de leitura
Autoridades médicas britânicas alertam a população da perda de função pulmonar dos pacientes já curados da doença que pode durar até 15 anos

A pandemia da covid-19 levantou um sinal de alerta no mundo todo. O número de pessoas infectadas se aproxima dos 200 mil, e o de óbitos quase 8 mil.

Casos da doença já foram registrados em 163 países, levando os governos a tomar medidas drásticas para conter a disseminação do vírus — que tem uma taxa de contágio muito alta. Pouco mais de 80 mil pessoas já se curaram da doença, mas os médicos alertam dos riscos de danos permanentes ao pulmão entre alguns que se curaram do vírus.

Essa conclusão foi apontada por especialistas da Faculty of Intensive Care, do Reino Unido, e publicada no The Sunday Times, após a análise de dados oriundos da China, onde a pandemia começou.

Radiografia é usada para detectar problemas pulmonares em pacientes com covid-19
Radiografia é usada para detectar problemas pulmonares em pacientes com Covid-19. (Fonte: Radiological Society of North America/Divulgação)

Estima-se que entre 17% e 29% dos pacientes mais graves acometidos pela covid-19, ou seja, aqueles que precisaram ser internados em unidades de terapia intensiva, podem desenvolver a síndrome do desconforto respiratório aguda (SDRA). Esta afeta a capacidade pulmonar e pode se tornar potencialmente fatal caso não seja acompanhada minuciosamente por profissionais da Saúde. Além disso, a falta de oxigenação pode comprometer outros órgãos (como o coração) e agravar a situação.

Radiografia de paciente de 44 anos morto pelo coronavírus mostra manchas foscas no pulmão
Radiografia de paciente de 44 anos morto pelo coronavírus mostra manchas foscas no pulmão. (Fonte: Radiological Society of North America/Divulgação)

A covid-19 costuma ser mais grave entre idosos, pessoas com histórico de problemas cardíacos, imunossuprimidos, fumantes e diabéticos. Para a maior parte dos infectados (cerca de 80%) a doença apresenta sintomas mais leves, semelhantes ao de uma gripe.

Para essas pessoas, a recuperação total dos pulmões pode levar até seis meses. Durante esse período, ainda que aparentemente normal, a pessoa pode ter pequenos desconfortos durante atividades físicas mais intensas. Para esses casos, alguns exercícios de fisioterapia podem ajudar na recuperação total da função pulmonar.

Porém, para pacientes mais graves, acometidos pela SDRA, a recuperação dos pulmões pode levar até 15 anos. Essa síndrome possui uma taxa de mortalidade bastante alta, entre 30% a 40% e não possui um tratamento específico.

Quando o quadro se agrava, a pessoa necessita de ventilação mecânica. A SDRA é uma doença rara, que também pode resultar de gripes fortes ou de pneumonias, mas, nesses casos, não costuma ser tão longeva. No caso da covid-19, a perda da função pulmonar de pacientes que desenvolvem a síndrome está na faixa de 20% a 30%.

Fontes: Business Insider, The Sunday Times.

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