Covid-19: conheça três medicamentos antivirais em desenvolvimento

11 de novembro de 2021 4 mins. de leitura
As pílulas estão em fase avançada de desenvolvimento e seus resultados são promissores no tratamento contra o Sars-CoV-2

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Três novos comprimidos antivirais específicos para covid-19 estão em testes clínicos avançados, com resultados previstos para serem divulgados até o final do ano. Todas as drogas, de uma forma ou de outra, interferem na multiplicação do vírus.

O líder nesta corrida, o molnupiravir, em desenvolvimento pela Merck, já deu entrada no pedido de autorização emergencial junto a Federal and Drug Administration (FDA) dos Estados Unidos. Os outros dois são uma combinação da Pfizer do ritonavir, já utilizado no coquetel antiviral contra o HIV, com o novo medicamento PF-07321332, e o AT-527 pesquisado pelo laboratório Roche e a empresa de biotecnologia Atea.

A aprovação de um medicamento pode mudar drasticamente o curso da pandemia, pela facilidade de produção, distribuição e administração em larga escala. Uma pílula pode ser prescrita pelo médico e tomada pelo paciente em casa, limitando o impacto de uma infecção causada pelo novo coronavírus.

1. Molnupiravir

Molnupiravir provavelmente será a primeira pílula liberada para terapia contra covid-19. (Fonte: rarrarorro/Shutterstock/Reprodução)
Molnupiravir provavelmente será a primeira pílula liberada para terapia contra covid-19. (Fonte: rarrarorro/Shutterstock/Reprodução)

O molnupiravir foi desenvolvido originalmente para tratar a gripe e é geralmente comparado ao Tamiflu. No entanto, o seu mecanismo está baseado em inserir erros no material genético do novo coronavírus para dificultar a sua replicação, enquanto o Tamiflu interfere na entrada do vírus da gripe nas células.

Um ensaio clínico de fase três, realizado pela Merck com 775 pacientes adultos com covid-19 leve a moderada, mostrou que o medicamento reduziu o risco de hospitalização e morte em pacientes em risco em 50%. Apenas 7,3% dos pacientes que receberam o comprimido foram hospitalizados e nenhum morreu, enquanto 14,1% dos que receberam o placebo precisaram de internação e oito vieram a óbito.

O comprimido já tem um preço de pré-aprovação de US$ 705 pelo tratamento completo com duração de cinco dias. O valor deve cair significativamente com os genéricos e ficar muito mais barato em comparação com outras terapias como os anticorpos monoclonais.

2. PF-07321332 e ritonavir

Remédio usado em coquetel anti-HIV é promissor contra Sars-CoV-2. (Fonte: Shutterstock/Novikov Aleksey/Reprodução)
Remédio usado em coquetel anti-HIV é promissor contra Sars-CoV-2. (Fonte: Shutterstock/Novikov Aleksey/Reprodução)

Quando o Sars-CoV-2 entra na célula, o RNA é transformado em uma longa cadeia de aminoácidos, que precisa ser dividida para dar origem ao novo vírus. O tratamento do ritonavir combinado com o PF-07321332, atua como inibidor e se conecta a protease, impedindo que a enzima realize os cortes necessários para a reprodução do coronavírus.

A Pfizer iniciou a fase final dos ensaios clínicos em setembro, em 2,6 mil pacientes com diagnóstico confirmado de covid-19. O estudo visa determinar se o coquetel é seguro e eficaz para o tratamento de adultos que não precisam estar no hospital, mas têm um risco aumentado de desenvolver doença grave.

Os resultados preliminares estão previstos para novembro. A Therapeutic Goods Administration (TGA), da Austrália, já concedeu registro provisório para a terapia contra a covid-19. Esse é o primeiro passo para o processo de liberação do comprimido como tratamento contra a doença.

3. AT-527

AT-527 demonstrou eficácia em pacientes com hepatite C. (Fonte: Atea Pharmaceutics/Reprodução)
AT-527 demonstrou eficácia em pacientes com hepatite C. (Fonte: Atea Pharmaceutics/Reprodução)

O AT-527 também atua na inibição do processo de replicação do novo coronavírus, no entanto, tem como alvo o bloqueio à enzima polimerase. A mesma substância é usada por outros coronavírus.

Os resultados provisórios de um estudo clínico em fase dois, indicaram que o AT-527 reduziu rapidamente os níveis de carga viral. No segundo dia de tratamento, os pacientes que receberam o medicamento tiveram uma carga viral 80% menor, quando em comparação com o placebo. A fase 3 da pesquisa envolve 1.386 participantes e deve ser completada em novembro.

Fonte: Forbes, Merck, Therapeutic Goods Administration (TGA), Pfizer, Atea Pharmaceutics.

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