Covid-19: cresce o número de jovens infectados no Brasil - Summit Saúde

Covid-19: cresce o número de jovens infectados no Brasil

1 de maio de 2021 4 mins. de leitura

Pesquisas apontam que o contágio por coronavírus em pessoas de faixa etária mais jovem cresceu mais de 500% desde o início de 2021

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Em boletim divulgado na sexta-feira, 26 de março de 2021, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) reforçou o estado de colapso em que o Brasil se encontra e apresentou dados que indicam um maior contágio por covid-19 em faixas etárias mais jovens.

No atual momento da pandemia, cresce o número de infectados com idade inferior aos 60 anos, atingindo principalmente pessoas entre 30 e 39 anos (aumento de 565,08% no número de casos) e de 40 a 49 anos (crescimento de 626% das infecções).

Os dados divulgados pelo boletim também apontam uma alta de 525,93% nos casos de pessoas entre 50 e 59 anos. Isso, considerando o período de 3 de janeiro de 2021 até 13 de março de 2021, que se refere às dez primeiras semanas epidemiológicas do ano.

Permanência maior em UTIs

Destaca-se também que, nos primeiros meses de 2021, houve mais buscas por atendimento hospitalar por parte de jovens sintomáticos entre 20 e 29 anos.

A maior concentração do número de casos de covid-19 em pacientes com idade menos avançada se reflete também na ocupação dos leitos das unidades de terapia intensiva (UTI). Uma vez que, embora as taxas de mortalidade não sejam tão expressivas quanto o contágio, os jovens costumam ficar mais tempo na internação.

Isso ocorre em virtude do fato de que esses pacientes costumam apresentar menor índice de comorbidade, o que faz a evolução do caso ser mais lenta. Nesse aspecto, alguns dados do governo de São Paulo apontam que, enquanto um idoso costuma ficar no máximo dez dias na terapia intensiva, um jovem pode ficar até o dobro.

Consequentemente, há o esgotamento dos leitos e a demora para a disponibilização dessas unidades a outros pacientes, fatores que colaboraram para o atual colapso no sistema de saúde do Brasil.

Ações são necessárias para reduzir contaminação

Diante desse cenário, os especialistas defendem a implementação de medidas rígidas para frear o contágio, como ações intermitentes de bloqueio (lockdown). A Fiocruz reforça que as medidas “deverão ser combinadas em diferentes momentos, a depender da evolução da pandemia no País, até que se tenha 70% da população vacinada”.

Além disso, o documento também reitera que, desde o início da pandemia, diversos estudos apontaram a necessidade da vacinação em massa em conjunto com as medidas básicas de proteção (distanciamento social, uso de máscara e higienização das mãos). O que não vai de acordo com a atual situação do Brasil, em que a campanha de imunização caminha a passos lentos.

A vacinação em massa é uma das medidas essenciais para diminuir o contágio pelo novo coronavírus. (Fonte: Unsplash)
A vacinação em massa é uma das medidas essenciais para diminuir o contágio pelo novo coronavírus. (Fonte: Unsplash)

Mudança de cenário na pandemia

O aumento do contágio em pacientes de idade não avançada pode estar atrelado ao fato de que muitas pessoas, especialmente esses jovens, “perderam o medo” diante da situação da pandemia. Antes, existia um receio diante de uma doença desconhecida, mas, ao que tudo indica, muitos se acostumaram com esse cenário caótico.

Diariamente, há operações policiais para impedir festas e operações clandestinas, as quais contribuem diretamente para aumentar as aglomerações, o que garante um ambiente propício ao contágio pelo novo coronavírus.

Junto a esse descaso, tem-se o fato de que muitos não aderem às medidas básicas de proteção, como o uso da máscara. Consequentemente, aumentam os casos de jovens assintomáticos que, por sua vez, contaminam adultos de meia-idade, levando-os a quadros complicados da doença, internações e até mesmo a óbito.

A pandemia está levando a um maior número de internações e complicações em pacientes adultos de meia-idade. (Fonte: Unsplash)
A pandemia está levando a um maior número de internações e complicações em pacientes adultos de meia-idade. (Fonte: Unsplash)

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Fonte: Radar do Câncer, Roche, Instituto Oncoguia.

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