Covid-19: dose de reforço da vacina é necessária?

11 de setembro de 2021 4 mins. de leitura
Terceira dose do imunizante contra o Sars-CoV-2 será aplicada, inicialmente, em dois grupos prioritários no Brasil

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A aplicação da dose de reforço da vacina contra a covid-19 já é realidade em alguns países, como Israel, França, Alemanha e Estados Unidos. No Brasil, a estratégia está prevista para começar em setembro, com grupos específicos, conforme anunciou o Ministério da Saúde no dia 25 de agosto deste ano. Mesmo embasado em estudos, a aplicação da terceira dose gera dúvidas, pois não há evidências claras sobre ela, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). 

Antes de tomar a decisão, especialistas da agência especializada em saúde, indicam que é fundamental descobrir os níveis de anticorpos (e agentes, como as células T) necessários para a proteção contra as formas graves e as mortes provocadas pela doença. Sendo assim, a partir da obtenção desses dados seria possível administrar o reforço se a imunidade realmente estiver comprometida.

Junto da vacina, o uso de máscara é outra forma de se proteger da doença. (Fonte: Zigres/Shutterstock/Reprodução)
Junto da vacina, o uso de máscara é outra forma de se proteger da doença. (Fonte: Zigres/Shutterstock/Reprodução)

Além disso, alguns pesquisadores afirmam que aplicar a dose extra em pessoas já imunizadas, enquanto vários países estão com dificuldade de disponibilizar a primeira dose à população deles, é uma questão imoral. Representantes da entidade defendem prioridade total para quem ainda não foi inoculado.

Duração da imunidade das vacinas

Embora não haja evidências suficientes, como indica a OMS, alguns cientistas acreditam que a dose de reforço pode melhorar a proteção contra a variante Delta em determinados públicos. Associada ao surgimento de novos casos, a cepa detectada pela primeira vez na Índia tem causado preocupação.

“Temos casos de avanço da Delta, especialmente em maiores de 60 anos, e uma dose de reforço atenuaria isso”, explicou ao The Guardian, o professor de imunologia Danny Altmann, do Imperial College London. Ele também ressaltou que o ideal é se basear em dados para realizar uma nova campanha.

Pessoas que já se vacinaram há mais tempo, como os idosos, podem ter prioridade. (Fonte: Halfpoint/Shutterstock/Reprodução)
Pessoas que já se vacinaram há mais tempo, como os idosos, podem ter prioridade. (Fonte: Halfpoint/Shutterstock/Reprodução)

O trabalho envolve ainda o acompanhamento da duração da proteção das vacinas contra o novo coronavírus. Diversos estudos têm sido realizados ultimamente e apresentaram resultados indicando a diminuição dos anticorpos neutralizantes da covid-19 em torno de seis meses após a segunda dose.

Uma pesquisa da Science indicou a redução de anticorpos produzidos pela vacina da Moderna ao longo de sete meses, apesar de a proteção se manter. As fórmulas da Pfizer e da AstraZeneca tiveram um resultado parecido em investigação da Universidade de Oxford, assim como a Coronavac, no estudo feito pelo Instituto do Coração (Incor) e a Universidade de São Paulo (USP).

Como será feito no Brasil?

De acordo com o Ministério da Saúde, a terceira dose da vacina contra a covid-19 no Brasil será aplicada em dois públicos prioritários, inicialmente. Serão atendidas as pessoas acima de 70 anos, imunizadas há seis meses, e os indivíduos imunossuprimidos, que receberão o reforço após 28 dias da segunda dose.

O órgão informou que essas pessoas receberão, preferencialmente, uma dose da vacina da Pfizer. De maneira alternativa, também poderão ser aplicados os imunizantes da AstraZeneca e da Janssen.

Em outros países, Israel é um dos que já aplicam o reforço, atendendo às pessoas com mais de 60 anos e outros grupos vulneráveis. Nos Estados Unidos, na Alemanha e na França, a aplicação está prevista para setembro. 

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Fonte: The Guardian, Agência Brasil, Euronews, Universidade de Oxford, Jornal da USP, Science.

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