Covid-19: vacinação acabará em 2023 no ritmo atual

20 de junho de 2021 3 mins. de leitura
Previsão feita pelo editor-chefe da revista científica The Lancet considera problemas na gestão da imunização global

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Israel está próximo de finalizar a imunização, Estados Unidos vacinam adolescentes e turistas e Reino Unido se prepara para a terceira dose. Enquanto isso, países pobres têm dificuldade no acesso às vacinas e sequer concluíram a imunização dos profissionais da Saúde e pessoas de grupos de risco. 

Para o microbiologista John McConnell, editor-chefe da revista científica The Lancet, a desigualdade na distribuição de doses é o principal problema da imunização do planeta. Para ele, no ritmo atual, a vacinação só terminará em 2023. 

Confira outros pontos destacados pelo cientista e saiba de que maneira países como o Brasil podem lidar com seus desafios.

A vacina deve chegar a todos

Desigualdade social se estende aos critérios de distribuição da vacina de covid-19. (Fonte: MikeDotta/Shutterstock)
Desigualdade social se estende aos critérios de distribuição da vacina de covid-19. (Fonte: MikeDotta/Shutterstock)

Em entrevista à BBC Brasil, McConnell manifestou uma preocupação com o fato de que as vacinas se mantêm disponíveis à população mais rica. É verdade que pesam fatores políticos além dos econômicos, mas mesmo o Brasil, 12° maior PIB do mundo, emprega um ritmo lento em sua campanha. 

Por isso, o pesquisador entende que devem ser somados esforços para dar um basta à doença. Diversos países do norte global tem um estoque de vacinas superiores à sua própria população, portanto deveriam colocá-las à disposição dos países pobres. Além disso, devem-se reforçar os cuidados preventivos, com distanciamento, álcool em gel e uso de máscara, que são vitais enquanto a vacina não é uma realidade para todos.

O risco da lentidão

Quanto mais a vacinação demorar, maior será o risco do surgimento de uma variante que reduza o controle da doença. (Fonte: Lightspring/Shutterstock)
Quanto mais a vacinação demorar, maior será o risco do surgimento de uma variante que reduza o controle da doença. (Fonte: Lightspring/Shutterstock)

A realidade tem mostrado que os imunizantes são ainda mais efetivos do que os testes em laboratório apontavam, inclusive em relação às novas variantes. Apesar disso, os dados indicam que os países com resultados ruins são aqueles que mais tardam para vacinar a população.

Para McConnell, a Covax, iniciativa contra a covid-19 criada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), é uma soma de esforços com o objetivo de estimular a vacinação em países com dificuldade de adquirir a vacina. Porém, até o momento, o consórcio foi capaz de garantir apenas 20% da população dessas nações. Então, é por isso que, se a imunização continuar como está no ritmo atual, só acabará em 2023.

O principal problema é que, quanto mais é demorada a vacinação da população mundial, maior são as chances de surgir uma nova cepa para a qual as vacinas existentes não têm eficácia. E, caso isso aconteça, o problema tende a ser global mais uma vez. 

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Fonte: Conselho Estadual de Saúde do Rio de Janeiro.

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