Órgãos médicos ao redor do mundo negam qualquer ligação entre vacina contra o Sars-CoV-2 e vírus HIV
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O presidente do Brasil, Jair Bolsonaro (sem partido), divulgou em uma live realizada no dia 21 deste mês um estudo falacioso que relacionava a aplicação de vacinas contra a covid-19 com o aumento dos casos de Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (Aids). Após o posicionamento de diversos órgãos médicos, como a Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) e a Associação Médica Brasileira (AMB), o Facebook e o Instagram retiraram o material do ar.
O falso estudo divulgado, sugeria que dados oficiais do governo do Reino Unido comprovavam que pessoas completamente imunizadas pelas vacinas da covid-19 estavam desenvolvendo aids muito mais rápido que o esperado.
Em nota, o Departamento de Saúde e Assistência Social do Reino Unido afirmou que a notícia é falsa, e foi publicada originalmente no site beforeitnews.com, conhecido por criar fake news e por propagar teorias da conspiração. Entre as mentiras propagadas pelo site estavam a de que a vacina é capaz de deixar as pessoas rastreáveis, e que ela matou milhões de pessoas.
A aids é a doença causada pelo vírus HIV, este ataca o sistema imunológico humano que é responsável por defender o corpo de doenças e infecções. Conforme o vírus vai destruindo as células de defesa do corpo (principalmente os linfócitos T CD4+) os indivíduos infectados vão se tornando imunodeficientes, ou seja, o corpo perde a capacidade de lutar contra qualquer outra doença que possa surgir. O estágio mais avançado da doença causada pelo HIV é denominada aids.
O HIV pode ficar incubado no corpo por anos, sem que o portador apresente qualquer tipo de sintomas. No mundo estima-se que a aids já matou mais de 36 milhões de pessoas, só em 2020 foram 680 mil. Estima-se que mais de 37 milhões de pessoas convivam com o vírus, dois terços das quais vivem no continente africano.
A Transmissão do HIV se dá por meio da troca de fluidos corporais como sangue, leite materno, sêmen, secreções vaginais ou pelo compartilhamento de agulhas. Além disso, a transmissão pode acontecer de mãe para filho durante o parto. O vírus não é transmitido por contatos cotidianos como beijos, abraços, aperto de mãos, e nem pelo compartilhamento de objetos pessoais.
Se não tratado, o HIV é quase universalmente fatal. O tratamento, porém, está cada vez mais avançado, e atualmente portadores do vírus podem ter uma expectativa de vida similar à de uma pessoa não infectada.
Portadores do HIV têm as mesmas chances de pegar covid-19 do que qualquer pessoa. Pessoas com HIV ficam mais suscetíveis ao desenvolvimento de sintomas graves se estiverem com a imunidade baixa, se não estiverem tomando os medicamentos contra HIV corretamente, ou se forem de algum grupo de risco. Por isso, é fundamental que portadores do vírus se vacinem com as duas doses contra o novo coronavírus.
Fonte: UFMG, World Health Organization, Unaids, Ministério da Saúde.