Com predominância no Reino Unido, a variante Delta do novo coronavírus tem provocado sintomas similares aos de uma gripe
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A variante Delta da covid-19, identificada em outubro na Índia, está presente em mais de 80 países, inclusive no Brasil, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS). No Reino Unido, estudos recentes apontam que a cepa tem sido associada a um maior risco de desenvolvimento de sintomas graves que podem levar à hospitalização.
No entanto, a variante apresenta sinais que podem ser confundidos com um resfriado mais forte, como dor de cabeça, dor de garganta e coriza nasal, alerta o Symptom Covid Study — grupo de pesquisa liderado pelo King’s College London (KCL) que acompanha os sintomas da doença com o auxílio de 4 milhões de colaboradores em todo o mundo.
Por outro lado, sintomas associados às infecções pela covid-19, como tosse e perda do olfato e paladar, tem-se tornado cada vez menos comuns, aponta o grupo. A ocorrência de febre, contudo, tem ocorrido em todas as principais cepas, inclusive na Alpha, identificada no Reino Unido, na Beta (África do Sul) e na Gama (Manaus/Brasil).
A Delta foi identificada pela primeira vez na Índia, em outubro de 2020. A cepa foi rotulada como variante de preocupação em maio pela Organização Mundial de Saúde (OMS), quando começou a se espalhar pelo mundo.
Atualmente, é predominante entre os indianos e já é responsável por 90% dos casos de covid-19 na Inglaterra, País de Gales, Escócia e Irlanda do Norte. Ela também já responde por 10% de infecções por coronavírus nos Estados Unidos. Casos foram confirmados no Brasil nos estados: Paraná, Minas Gerais, Maranhão e Rio de Janeiro.
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A variante parece ser a mais contagiosa e agressiva até o momento. Estudos do governo britânico apontam que a Delta é entre 40% e 60% mais transmissível do que a Alfa. A cepa apresenta mais de uma dúzia de variações em relação ao Sars-CoV-2 original. Entretanto duas modificações são mais preocupantes:
O isolamento, o cuidado dos infectados e o rastreio dos contatos são as formas mais eficientes de conter a dispersão da nova variante pelo Brasil. Os primeiros casos suspeitos no País foram de 23 tripulantes de uma embarcação atracada no Maranhão – seis tiveram a variante confirmada. As pessoas permaneceram em quarentena, isoladas em cabines individuais na embarcação.
Devido a isso, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) solicitou a restrição da entrada de trabalhadores de embarcações e plataformas que estiveram na África do Sul, no Reino Unido, na Irlanda do Norte e na Índia nos últimos 14 dias.
As vacinas da Pfizer e AstraZeneca são altamente eficazes em reduzir as hospitalizações em pacientes infectados com a nova cepa, apontam estudos realizados no Reino Unido. Com duas doses, a proteção contra internações chega a 96% e a AstraZeneca chega a 92%. No entanto, com apenas uma dose, há uma redução importante na ação de anticorpos neutralizantes.
Fonte: Organização Mundial de Saúde (OMS), Covid Symptom Study, National Health System (NHS), Agência Brasil, The Lancet, BBC.