Covid-19: variante Ômicron é confirmada no Brasil

1 de dezembro de 2021 4 mins. de leitura
Três primeiros casos foram confirmados em São Paulo, dados sobre severidade e transmissibilidade da variante ainda são inconclusivos

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Em 26 de novembro, a Organização Mundial da Saúde (OMS) designou a variante B.1.1.529, como uma variante de preocupação e a denominou Ômicron. A variante foi inicialmente notada na África do Sul, quando pacientes começaram a apresentar sintomas diferentes da variante Delta, que até então era a predominante nas transmissões.

Baixas taxas de vacinação podem favorecer o desenvolvimento de novas variações do coronavírus. (Fonte: Shutterstock/Reprodução)
Baixas taxas de vacinação podem favorecer o desenvolvimento de novas variações do coronavírus. (Fonte: Shutterstock/Reprodução)

Enquanto a variante Delta causa sintomas como baixos níveis de oxigênio, aumento dos batimentos cardíacos e perda do olfato e paladar, a Ômicron causa principalmente fadiga, dor de cabeça, dores no corpo e na garganta, e tosse. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) confirmou os três primeiros casos da variante no Brasil e informou que o vírus pode estar em circulação.

Características da Ômicron e possível resistência a imunizantes

Segundo a OMS, ainda não existem dados conclusivos que comprovem que a variante Ômicron é mais transmissível ou severa. As altas taxas de transmissão e hospitalizações verificadas na África do Sul podem estar relacionadas ao pico de contágio em ação no país.

Uma das preocupações dos cientistas é o alto número de mutações que a Ômicron pode apresentar. Segundo um estudo realizado no hospital italiano Bambino Gesù, a variante tem a característica de apresentar grande possibilidade de mutações em uma proteína considerada a porta de entrada do coronavírus no corpo humano. Isso tornaria a nova variante e suas mutações mais adaptáveis ao corpo humano.

Higiene, máscara e distanciamento social continuam sendo as medidas mais eficazes contra as novas variantes. (Fonte: Shutterstock/Reprodução)
Higiene, máscara e distanciamento social continuam sendo as medidas mais eficazes contra as novas variantes. (Fonte: Shutterstock/Reprodução)

As vacinas em uso atuam sobre essa proteína, por isso existe o medo de que novas mutações possam escapar da ação dos imunizantes. A Pfizer informou que levaria 100 dias, cerca de 3 meses, para produzir um imunizante específico contra a variante.

Apesar das preocupações, outros cientistas garantem que os imunizantes atuais são eficazes para reduzir os riscos das novas variantes. A principal preocupação dos países com um novo surto são os possíveis cenários de sobrecarga dos sistemas hospitalares e o apelo aos lockdowns.

Casos no Brasil

A Secretaria da Saúde do Estado de São Paulo confirmou na última terça-feira (30), os dois primeiros casos da variante Ômicron no País. Os pacientes são missionários brasileiros que estão residindo na África do Sul e voltaram a São Paulo em visita à família. O casal foi imunizado com a vacina Janssen na África e está em quarentena domiciliar com sintomas leves.

Nesta quarta-feira (1º) mais um caso foi confirmado na capital paulista, trata-se de um etíope que reside em Guarulhos e que, após viagem, retornou ao Brasil no dia 27 de novembro. Após testar positivo para a covid-19, a amostra foi sequenciada e confirmou a nova variante. O paciente também está em quarentena domiciliar e passa bem, ele já havia tomado duas doses do imunizante da Pfizer.

A prefeitura do Rio de Janeiro também investiga um possível caso da nova variante, trata-se de uma mulher que chegou de Joanesburgo em 21 de novembro. Ao realizar o teste de proteína C reativa (PCR) para o retorno ao trabalho constatou-se o resultado positivo, a amostra está sendo analisada pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

Preocupação com a transmissibilidade

Apesar de dados preliminares indicarem que a nova variante não é mais grave do que as outras, a situação exige cuidado pela velocidade de transmissão. Segundo dados do Financial Times, a variante se tornou a predominante e alcançou a marca de 80% dos casos na África do Sul em menos de 25 dias. Até então a variante mais rápida havia sido a Delta, que alcançou a mesma marca em 100 dias.

Enquanto dados mais conclusivos não são alcançados a OMS e os governos mundiais reforçam o apelo para que a população use máscara, higienize as mãos, evite aglomerações e procure serviços médicos em caso de sintomas suspeitos.

Fonte: World Health Organization, Reuters, Financial Times, Poder 360, IstoÉ Dinheiro.

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