Gastos no SUS são impactados por falta de segurança no trânsito - Summit Saúde

Gastos no SUS são impactados por falta de segurança no trânsito

4 de maio de 2021 4 mins. de leitura

Cerca de 1,6 milhão de brasileiros ficaram em estado grave em decorrência de acidentes de trânsito na última década

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De acordo com dados levantados pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) em 2019 e divulgados pelo Conselho Regional de Medicina do Estado da Bahia (Cremeb), na última década cerca de R$ 3 bilhões foram gastos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) para atendimento de vítimas graves de acidentes de trânsito no Brasil.

Acidentes de trânsito graves e impacto no SUS

O número de vítimas graves de acidentes de trânsito no Brasil nos últimos dez anos ultrapassou 1,6 milhão de pessoas. No País, em média, a cada hora morrem cinco pessoas por falta de segurança no trânsito. De acordo com o coordenador da Câmara Técnica de Medicina de Tráfego do CFM, esse alto índice de acidentes constitui também um grave problema de saúde pública e impacta diretamente o SUS.

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Isso porque esse tipo de assistência sobrecarrega as alas de pronto-atendimento e de internação nos hospitais, além de atingir o uso dos sistemas de atendimento de primeiros socorros, como Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e Serviço Integrado de Atendimento ao Trauma e Emergência (Siate). Dessa forma, aproximadamente R$ 290 milhões foram gastos por ano pelo SUS, o que indica que, com a redução dos acidentes de trânsito, obviamente o número de vítimas diminuiria, bem como os gastos com a saúde pública no País.

Os gastos do Sistema Único de Saúde incluem desde o atendimento de SAMU e SIATE, até internamentos e procedimentos hospitalares. (Fonte: Unsplash)
Gastos do SUS incluem atendimento de Samu e Siate e procedimentos hospitalares. (Fonte: Unsplash)

O responsável pela Câmara Técnica de Medicina de Tráfego reforça que embora tenha ocorrido significativo aprimoramento da legislação de trânsito nos últimos anos, especialmente no caso da Lei Seca, não foi o suficiente para que o trânsito brasileiro se tornasse efetivamente seguro, considerando que a cada hora, mesmo com leis e fiscalizações mais rígidas, aproximadamente 20 pessoas com ferimentos graves dão entrada em um hospital da rede pública de saúde em decorrência de acidentes de trânsito.

Nos últimos dez anos, 60% das vítimas tinham entre 15 e 39 anos de idade, e os menores índices ficaram nas faixas etárias de 0 a 14 anos (8,2%) e acima de 60 anos (8,4%). Destaca-se, ainda, que entre 2009 e 2018 ocorreu aumento de cerca de 33% no número de internações por acidentes de trânsito no País. Além disso, a pesquisa apresentada pelo CFM constatou que 80% das vítimas graves por falta de segurança no trânsito eram homens.

Falta de segurança no trânsito provocou aumento de mais de 30% no número de vítimas graves entre 2009 e 2018. (Fonte: Unsplash)
Falta de segurança no trânsito provocou aumento de mais de 30% no número de vítimas graves entre 2009 e 2018. (Fonte: Unsplash)

Internações e óbitos por região do Brasil

Uma vez que a Região Sudeste conta com metade da frota de veículos automotores de todo o território nacional, não é de se surpreender que corresponda à área com maior índice de acidentes de trânsito. De acordo com os dados reproduzidos pelo Cremeb, os números da região representam cerca de 43% do volume total de internações registradas no SUS de 2009 a 2018. Do restante, 28% dos casos de internações de pessoas em estado grave ocorreram na Região Nordeste, seguida por Sul (12%), Centro-Oeste (9%) e Norte (7%).

Quanto aos óbitos, analisando 2016 em comparação a 2007, a Região Norte liderou com aumento de 30% no número de vítimas fatais de colisões no trânsito. De forma quase idêntica, no Nordeste ocorreu crescimento de 28%. No Centro-Oeste, o indicador apresentou alta de 7%.

Em contrapartida, no mesmo período houve queda de 15% nos óbitos por acidente de trânsito na Região Sul e de 18% na Região Sudeste. Apesar das quedas, destaca-se que São Paulo é o estado que lidera o ranking nacional com base nos números absolutos, enquanto o Paraná ocupa a terceira posição.

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Fonte: CREMEB.

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