Marketing médico: pode fazer promoção na Black Friday?

22 de novembro de 2021 4 mins. de leitura
Entenda o que diz o Conselho Federal de Medicina em relação ao anúncio de serviços em datas comerciais

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Você já pode ter-se interessado por algum procedimento médico específico e perguntou valores à clínica. E, em vez de passar os preços, os atendentes pediram que agendasse uma consulta para verificar a indicação médica do procedimento e conversar pessoalmente sobre o pagamento.

Pode parecer um pouco chato, mas a conduta nesse caso foi correta. O Conselho Federal de Medicina (CFM) estabelece algumas regras importantes visando manter a ética nessa relação. Isso é importante, ainda mais em períodos de promoção no comércio, a exemplo da Black Friday. Mas, afinal, o que o médico pode ou não anunciar?

O que diz o Conselho Federal de Medicina?

Conselho procura proteger o vínculo ético na relação médico-paciente. (Fonte: EBC/reprodução)
Conselho procura proteger o vínculo ético na relação médico-paciente. (Fonte: EBC/reprodução)

O documento que discorre acerca do que o médico pode ou não fazer em relação à publicidade é a Resolução 1974/11 do CFM. Essa normativa diz o seguinte:

“De modo geral, na propaganda ou publicidade de serviços médicos e na exposição na imprensa ao médico ou aos serviços médicos é vedado: XIV — divulgar preços de procedimentos, modalidades aceitas de pagamento/parcelamento ou eventuais concessões de descontos como forma de estabelecer diferencial na qualidade dos serviços”.

Assim, o CFM procura não caracterizar a prática médica como uma atividade comercial qualquer. Elas têm éticas diferentes e, ainda que o pagamento faça parte da relação médico-paciente, existe um certo cuidado em não “colocar a carroça antes dos bois”.

É permitido fazer propaganda durante a Black Friday?

Regra que limita anúncios apelativos completou uma década neste ano. (Fonte: Shutterstock/Reprodução)
Regra que limita anúncios apelativos completou uma década neste ano. (Fonte: Shutterstock/Reprodução)

A Black Friday não deve ser usada pelo médico como uma forma de atrair pacientes. Essa relação deve se pautar na assistência à saúde, e não na venda de serviços. É verdade que você pode ver algum médico fazendo isso de forma indireta ou a clínica onde ele atende ter essa atitude.

Além disso, alguns procedimentos estéticos podem ser realizados tanto por médicos como por outros tipos de profissional. Assim, uma clínica pode ofertar esse serviço com desconto e, na prática, isso servir para vender mais consultas, exames, procedimentos e outras atividades médicas.

Existe, portanto, uma área um pouco nebulosa entre a teoria e a prática, mas é importante se atentar ao que diz a resolução e ao que a ética médica recomenda.

Como funciona o marketing médico?

O marketing médico cria formas éticas e eficazes de divulgar o trabalho do profissional. (Fonte: Shutterstock/Reprodução)
O marketing médico cria formas éticas e eficazes de divulgar o trabalho do profissional. (Fonte: Shutterstock/Reprodução)

O fato de o médico não poder usar a Black Friday ou outras oportunidades para anunciar serviços não deve ser um problema. Existem diversas outras possibilidades de diálogo com pacientes que também aproximam clientes em potencial.

A criação de conteúdo em redes sociais é um exemplo disso. Por meio delas, os médicos oferecem um serviço à comunidade ao falar sobre tratamentos e alternativas de promoção à saúde. Isso fortalece a reputação do profissional e o consolida a médio prazo na área em que atua.

Por isso, é comum que os profissionais do setor procurem especialistas em comunicação para planejar um plano de marketing para seu consultório e sua carreira. Isso inclui todas as etapas do atendimento e dá resultado financeiro, mas sem correr o risco de “tropeços” éticos.

Fonte: CFM, Design Kapital.

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