Estímulo no sistema imunológico elimina células cancerígenas
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De acordo com informações do Instituto Nacional do Câncer (Inca), estima-se que em 2019 foram diagnosticados cerca de 11 mil casos de câncer cerebral, o décimo tipo mais comum da doença. Por esse motivo, a medicina está sempre avançando para buscar novos tratamentos e alternativas para tratar os tumores.
Felizmente, pesquisadores da Universidade Yale descobriram uma nova maneira de contornar as defesas naturais do cérebro, ativando o sistema imunológico: ao ser estimulado, foi observada a eliminação de células cancerígenas.
Com o intuito de entender por que o cérebro não é capaz de descartar resíduos celulares, durante o estudo foram analisados todos os vasos que compõem o interior do crânio, estruturas responsáveis por coletar e descartar toxinas através do sistema linfático. Esses vasos são formados logo após o nascimento, estimulados pelo gene conhecido como fator de crescimento endotelial vascular C ou VEGF-C.
Outro cientista envolvido no artigo, o professor associado de Neurologia em Yale, Jean-Leon Thomas, buscou entender se o VEGF-C aumentaria a resposta imune caso a drenagem linfática fosse estimulada. Para realizar o estudo, a equipe introduziu o fator de crescimento endotelial vascular no líquido cefalorraquidiano de camundongos com glioblastoma, um tumor maligno que afeta o cérebro ou a coluna vertebral e acomete cerca de 150 pessoas por ano.
Após o período de análise, foi possível observar um nível maior de resposta das células T em tumores cerebrais. Também conhecidas como linfócitos T, são as células que compõem o sistema imunológico e um grupo de glóbulos brancos (leucócitos), sendo responsáveis pela defesa do organismo e pela fabricação de anticorpos para combater substâncias estranhas no organismo.
“As pessoas pensavam que havia muito pouco que o sistema imunológico pudesse fazer para combater tumores cerebrais”, disse o professor de Imunobiologia, Biologia Molecular, Celular e Desenvolvimento e pesquisador do Instituto Médico Howard Hughes, Akiko Iwasaki, em entrevista publicada no site ScienceDaily.
Apesar de ainda estar em estágio de análise, a expectativa dos profissionais envolvidos na pesquisa é positiva para ampliar o cuidado e aumentar as chances de vida de pacientes com a doença.
“Esses resultados são notáveis. Gostaríamos de levar esse tratamento para pacientes com glioblastoma. Os prognósticos com as terapias atuais de cirurgia e quimioterapia ainda são sombrios”, disse Iwasaki em entrevista publicada no ScienceDaily. O estudo foi financiado pelo Instituto Médico Howard Hughes e vai continuar em desenvolvimento.
Fontes: Science Daily, Oncoguia.