O que é e como tratar a espondilite anquilosante?

28 de setembro de 2022 4 mins. de leitura
Doença autoimune, a espondilite anquilosante tem como sintoma inicial a dor na coluna, principalmente na região lombar

Conheça o maior e mais importante evento do setor de saúde do Brasil

Uma das reclamações mais frequentes nos consultórios médicos, a dor na coluna pode estar associada a uma doença inflamatória autoimune chamada espondilite anquilosante. De acordo com a Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR), é um tipo de reumatismo de quatro a cinco vezes mais prevalente no sexo masculino e se manifesta, em geral, a partir dos 17 anos até os 35. Pode, entretanto, iniciar em outras idades.

Sua principal característica é a rigidez da coluna, causada pela inflamação das articulações, podendo afetar também os ossos dos ombros, quadris, joelhos, calcanhar e a planta do pé.

Especialistas alertam da importância do diagnóstico precoce para evitar o avanço da doença, pois o agravamento dela ainda pode provocar lesões em olhos, coração, pulmões, intestinos e pele, a exemplo da psoríase, além de incapacidade.

O sintoma inicial da espondilite anquilosante é a dor na coluna, principalmente na região lombar, que perdura por tempo superior a três meses e fica mais intensa durante o repouso, melhorando quando a pessoa se movimenta.

Como essa dor é proveniente das articulações sacroilíacas, localizadas entre o sacro, um osso que fica na base da coluna, e a pélvis, pode ser sentida também nas nádegas e pernas, na parte de trás das coxas.

Alguns pacientes têm sinais como o enrijecimento gradual da coluna e o aumento da curvatura dela e, com a evolução da doença, podem sentir cansaço, perder o apetite e peso. Isso ocorre porque ela é resultante de uma deficiência do próprio sistema imunológico, que ataca a coluna e as articulações, provocando tal reação do corpo.

Dor no peito que aumenta com a respiração profunda é outra manifestação, consequência da inflamação das articulações entre as costelas e a coluna, que compromete a expansão dos pulmões.

A espondilite anquilosante não tem causa definida, mas estudos demonstram que pode estar associada a um componente genético. O antígeno leucocitário humano HLA-B27 é positivo em 90% dos pacientes brancos com a doença, que é 300 vezes mais frequente nas pessoas que têm esse marcador, comparativamente com aquelas que não o têm.

Como é feito o diagnóstico

O diagnóstico da espondilite anquilosante é feito por meio de um exame físico completo e rigoroso, realizado por um reumatologista, especialista responsável pelo tratamento de doenças nos ossos, articulações, músculos, tendões e ligamentos, que podem afetar o sistema locomotor.

Com isso, será possível avaliar o histórico do paciente, com o objetivo de verificar a existência de outros problemas, como distúrbios gastrointestinais e inflamação nos olhos ou casos da doença na família.

Exames de imagem podem ser solicitados para confirmar o diagnóstico. (Fonte: Shutterstock/Reprodução)
Exames complementares podem ser solicitados para confirmar o diagnóstico. (Fonte: Shutterstock/Reprodução)

Também se pode solicitar complementarmente, para confirmar o diagnóstico, exames de imagem, entre eles radiografia e ressonância magnética da coluna e das articulações sacroilíacas, e de sangue, para estimar a atividade inflamatória e a presença do marcador genético HLA-B27.

A doença tem cura?

Não há cura para a espondilite anquilosante, mas o tratamento pode controlar os sintomas e impedir a progressão da doença, preservando a mobilidade das articulações afetadas.

Ele inclui medicamentos anti-inflamatórios não esteroides, analgésicos e relaxantes musculares, além de fisioterapia, com exercícios posturais e respiratórios prescritos aos pacientes de forma individualizada. A prática colabora para a redução da rigidez na coluna e melhora o funcionamento das articulações.

Fisioterapia ajuda a reduzir a rigidez na coluna e melhora o funcionamento das articulações. (Fonte: Shutterstock/Reprodução)
Fisioterapia ajuda a reduzir a rigidez na coluna e melhora o funcionamento das articulações. (Fonte: Shutterstock/Reprodução)

Remédios modificadores da doença, como a sulfassalazina e o metotrexato, ou biológicos também têm sido utilizados. A cirurgia é indicada somente no caso de necessidade de substituição da articulação do quadril, para restabelecer os movimentos.

A adoção de uma dieta equilibrada, que colabore para a manutenção do peso, e cuidados permanentes com a postura, seja quando sentado, seja em pé, seja andando, são fundamentais. Durante o sono, a coluna também deve ficar estável. Por isso, é recomendado um colchão firme e sem depressões.

A atenção ainda se aplica aos exercícios físicos, pois alguns não devem ser praticados, para evitar lesões e fraturas. Além disso, é recomendado o acompanhamento médico a longo prazo.

Quer saber mais? Assista aqui à opinião de nossos parceiros especialistas em Saúde.

Fonte: ITC Vertebral, Fiocruz, Sociedade Brasileira de Reumatologia.

140090cookie-checkO que é e como tratar a espondilite anquilosante?