Presidente do laboratório garante que diferentes planos estão em andamento, mas determina prazo para início de envios
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O presidente da farmacêutica Moderna, Stéphane Bancel, confirmou que a companhia já iniciou o desenvolvimento de vacinas específicas para combater a ômicron, nova variante do Sars-CoV-2, o agente viral causador da covid-19.
O principal motivo para a antecipação desses planos é uma preocupação de que as vacinas atuais “terão problemas” com a cepa, o que significa que a taxa de eficácia dos atuais imunizantes pode não ser tão alta.
Embora essa ainda seja uma previsão que não envolve resultados de testes, a empresa já trabalha com três frentes para combater a ômicron, para o caso de as atuais vacinas aplicadas ao redor do mundo não serem tão eficazes contra a variante.
Descoberta inicialmente na África do Sul, mas com relatos de casos anteriores em países da Europa, a cepa B.1.1.529 é considerada mais transmissível que as anteriores e talvez mais resistente aos imunizantes. Isso acontece como resultado de um alto número de mutações, embora a variante não pareça apresentar sintomas mais graves no desenvolvimento da doença.
Segundo a farmacêutica, o desenvolvimento de uma vacina própria para combater a ômicron já começou. O imunizante mRNA-1273.529 acompanha o desenvolvimento de doses já produzidas pelo laboratório para as cepas beta e delta e pode ser enviado especificamente para regiões que apresentem um maior número de ocorrência de infectados.
Além disso, a Moderna também desenvolve uma vacina capaz de “antecipar” a identificação de variantes e combater eventuais variantes que ainda não surgiram, baseadas na antecipação de resultados de mutações do coronavírus.
A terceira linha de combate é uma dose com uma carga maior do imunizante mRNA-1273 em adultos. Testes utilizando uma dose de 100 µg já começaram nos Estados Unidos e os resultados preliminares apontam para uma maior taxa de proteção sem o desenvolvimento de efeitos colaterais.
Até o surgimento da ômicron, as vacinas atualmente aplicadas ao redor do mundo e aprovadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) apresentavam eficácia contra as variantes da covid-19.
Em entrevista a um programa da emissora norte-americana CNBC, Bancel detalhou um pouco mais os prazos da Moderna para o combate específico contra a ômicron. Anteriormente, ele já havia previsto o surgimento de novas variantes por ao menos mais dois anos.
Embora esteja otimista em relação às três frentes do laboratório, o executivo alerta que o processo completo da vacina específica para a cepa — que inclui desenvolvimento, aprovação, fabricação em massa e envio — pode levar “alguns meses”.
Além do combate à cepa, a empresa também realiza testes relacionados à eficácia das vacinas em adolescentes.
Fonte: CNBC, Moderna.