O assunto repercutiu inclusive na cultura pop, aparecendo em um episódio de Grey’s Anatomy
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Desenvolvida pelo médico pernambucano Marcelo Borges na Universidade Federal do Ceará, a pesquisa para tratamento de queimaduras com pele de tilápia se mostrou eficiente em seu propósito. Mais barato e menos dolorido que os processos tradicionais, o procedimento já teve a sua eficácia comprovada e acabou repercutindo no exterior, aparecendo inclusive no famoso seriado médico Grey’s Anatomy.
O peixe de água doce tem em sua pele grande quantidade de colágeno, o que contribui para reconstituir a pele no caso de queimaduras graves. Além disso, o material é muito resistente e elástico, o que pode ajudar em tratamentos ginecológicos. As pesquisas sobre o assunto indicam que a pele de tilápia pode ter propriedades que auxiliam até a resolver os problemas de células cancerígenas.
A pele do peixe já foi utilizada em alguns casos cirúrgicos, trazendo resultados muito positivos. No episódio em que a famosa série norte-americana de medicina mostrou a técnica, o paciente consegue se curar graças ao método que também funciona na vida real. Para os criadores do procedimento, o uso do produto é equivalente a um curativo biológico natural, que pode ser aplicado em queimaduras de segundo e terceiro graus. Suas vantagens incluem aceleração no fechamento da ferida, além de maior proteção contra contaminações e desidratação.
Recentemente, a técnica teve a sua implantação no Sistema Único de Saúde (SUS) discutida com o governo e entidades responsáveis. O processo para utilizar o material em queimaduras e outros casos de saúde deve obedecer a uma série de critérios, sobretudo com relação a preparação, limpeza, descontaminação, desidratação e radioesterilização. Dessa forma, a pele de tilápia fica pronta para ser usada sem que haja qualquer tipo de problema ou consequência negativa para o paciente.
Diversos experimentos, além da continuidade da pesquisa, já mostraram o quanto a pele de tilápia pode ser útil no tratamento de queimaduras. Assim sendo, cabe aos órgãos e às entidades responsáveis dar continuidade e força à iniciativa, que pode ser determinante para curar pacientes e salvar vidas. E tendo em vista que seus benefícios vão além da cicatrização e podem se estender para reconstituições e tratamentos de câncer, o método se mostra um poderoso aliado para a medicina moderna.
Fonte: Estadão, Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo, Agência Brasil.