Problema raro em imunizantes contra a covid-19 que usam RNA mensageiro está sendo investigado pelo Centers for Disease Control and Prevention (CDC)
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O Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC) fez um alerta que chamou a atenção da comunidade médica do país. Segundo a entidade, após a vacinação de mais de 165 milhões de pessoas, ou seja, quase 90% com as duas doses, o controle epidemiológico estadunidense foi capaz de verificar a ocorrência de 226 casos de miocardite ou pericardite.
As duas doenças estão relacionadas ao coração. A primeira se refere a um tipo de inflamação do músculo cardíaco; já a segunda é a inflamação do revestimento externo do órgão.
Os Estados Unidos têm um sistema de notificação de eventos adversos na vacinação, o Vaccine Adverse Event Reporting System (VAERS). Segundo o CDC, que gera esse sistema, os casos de miocardite e pericardite estão relacionados a possíveis efeitos causados por imunizantes que usam RNA mensageiro (RNAm) para provocar a produção de anticorpos. No País, essas vacinas são dos laboratórios BioNTech e da Moderna.
Considerando que centenas de milhões de pessoas já se vacinaram com as doses, e que não houve casos graves de doenças do coração, as notificações são consideradas pouco graves e frequentes, segundo os sanitaristas.
O monitoramento desses pacientes permanece, mas não há casos de óbitos registrados por conta dessas complicações. Entre os 226 casos, 15 ainda estavam hospitalizados, segundo o CDC, mas a maior parte dos pacientes respondeu bem à medicação e ao repouso, com recuperação total.
Entre o contingente total, o perfil mais comum é de adolescentes e jovens adultos homens, com 16 anos ou mais. Também se verificou que, na maior parte dessas reações, os efeitos foram notificados apenas após a aplicação da segunda dose, ou seja, a médio prazo.
O CDC deve se reunir em breve para estudos e discussões novos a respeito do evento. Assim, será possível analisar mais detalhadamente a evolução dos pacientes acometidos pelos problemas cardíacos, bem como criar protocolos e outras possíveis medidas relacionadas ao tema.
Mas o órgão adiantou que esses problemas se referem a apenas 0,001% dos casos vacinados e que houve boa recuperação dos adoentados. Por isso, a orientação de vacinar os pacientes permanece, mesmo no caso de haver doenças cardíacas preexistentes.
A entidade comentou ainda que a vacina tem efeito protetivo mesmo nesses casos, já que os riscos do novo coronavírus são maiores do que os da reação do imunizante. Essa posição coincide com a orientação dos órgãos de saúde pública brasileiros.
Fonte: The Guardian, CDC.