No último trimestre, 254 mil pessoas deixaram de ter plano de saúde no Brasil
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O mercado de planos de saúde no Brasil apresentou queda de 0,5% entre abril e julho deste ano, de acordo com edição recente da Nota de Acompanhamento de Beneficiários, boletim produzido pelo Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS). Isso significa que 254 mil beneficiários romperam seus vínculos com as operadoras e o Brasil tem agora 46,7 milhões de pessoas desfrutando da cobertura de planos médico-hospitalares.
A taxa de 0,5% pode sinalizar que o mercado está em queda, mas os gráficos do boletim indicam que a mudança é compreensível diante do momento que o País está vivendo e que a tendência é de estabilidade para os próximos meses, com a atenuação dos efeitos da crise.
Grande parte desse saldo negativo está relacionada principalmente às grandes quedas ocorridas em abril (72,4 mil), maio (225,7) e junho (64,5 mil). Além disso, a maioria dos contratos rompidos no último trimestre (248 mil) é de planos coletivos empresariais, em um reflexo do aumento do desemprego no Brasil, uma vez que os colaboradores demitidos são desligados dos planos de saúde oferecidos pelas empresas.
Em julho, último mês analisado pelo IESS, o número de beneficiários apresentou leve aumento: 35,6 mil novos contratos em todo o Brasil. “Julho já mostrou certo alívio, com o crescimento do emprego, mas a retomada intensa da atividade econômica só virá após sanada a crise sanitária. Esperamos ter entrado em um momento de estabilidade para que o setor volte a crescer no futuro”, afirmou José Cechin, superintendente-executivo do IESS, em nota.
Além da queda no número de beneficiários, outra notícia que pode preocupar as operadoras é a suspensão de qualquer reajuste nos valores de mensalidades de planos de saúde no Brasil entre setembro e dezembro por determinação da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).
A medida vale para planos individuais, familiares ou coletivos de qualquer tipo a partir de 21 de agosto. A reportagem do Estadão destaca que essa seria a primeira vez que a agência interfere nas mensalidades de planos coletivos. Vale mencionar que estão suspensos tanto os reajustes anuais como por mudança de faixa etária.
Estudos recentes também mostram alguns dados que tranquilizam as empresas do setor. A inadimplência, por exemplo, ficou estável: 12% para os planos individuais ou familiares (apenas 2% a mais) e 5% nos coletivos. Além disso, durante a pandemia, os planos de saúde observaram redução em despesas operacionais por conta da menor procura e da suspensão de procedimentos eletivos — a taxa de ocupação em seus leitos diminuiu de 69% (em fevereiro) para 62% (em junho), segundo dados da ANS divulgados pelo Estadão. As margens de lucro tiveram algum aumento ou, pelo menos, mantiveram os valores.
De qualquer forma, o IESS afirma que o setor deve continuar em alerta nos próximos meses, já que isso “depende diretamente dos rumos que a covid-19 irá tomar no Brasil, do comportamento das pessoas e das ações dos setores público e privado”, observou Cechin na nota.
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Fontes: Instituto de Estudos de Saúde Suplementar, Estadão.