Pessoas com alto nível de estresse ou ansiedade tendem a sofrer com problemas no sistema digestivo
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Em 2019, a Organização Mundial da Saúde (OMS) classificou o Brasil como o país mais ansioso do mundo. De acordo com os números da instituição, 18,6 milhões de brasileiros sofrem com algum tipo de transtorno de ansiedade, o que caracteriza 9,3% da população. O chamado Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG) é caracterizado por um sentimento de preocupação excessiva e um constante estado de alerta, o que faz com que as pessoas acometidas por essa doença vivenciem um elevado grau de estresse diariamente.
Quando uma pessoa se sente muito estressada ou ansiosa, há a liberação de uma série de hormônios que despertam uma reação instintiva chamada de mecanismo de luta ou fuga. Dessa forma, o corpo se prepara para lidar com uma situação em que acredita existir um potencial risco.
Um artigo produzido por pesquisadores da Universidade de Ciências da Saúde de Lahore, no Paquistão, sugere que elevados índices de estresse possam estar ligados a outro fator: perda de apetite. A pesquisa publicada no Cureus Journal of Medical Science explica que o hormônio responsável pela corticotrofina (CRH), que é liberado após situações de grande ansiedade, afeta diretamente o sistema digestório e suprime o apetite.
Além do CRH, o cortisol atinge o sistema digestivo humano. Em sua ação, é capaz de aumentar a produção de suco gástrico para acelerar o processo de digestão e auxiliar o corpo a reagir de forma mais eficiente. A ação dos hormônios durante a ativação do mecanismo de resposta a situações de estresse faz com que a pessoa possa ter diarreia, náusea e indigestão. Sendo assim, o desconforto causado pela elevação do nível de tensão corporal pode levar à perda de apetite.
A saída para fugir de uma rotina estressante pode ser mais simples do que parece: fazer exercícios. A prática faz com que o corpo libere endorfina, hormônio responsável por reduzir a ansiedade, o estresse e o mal-estar. Em entrevista para o site do Ministério da Saúde, o consultor técnico do Programa Academia da Saúde, Fabio Carvalho, explicou que qualquer prática esportiva é excelente para aumentar o sentimento de tranquilidade de uma pessoa, desde que cause prazer.
Atividades introspectivas, como yoga ou meditação, também podem ajudar a lidar melhor com o estresse diário. Já em casos em que o nível de estresse e de ansiedade é muito mais elevado do que o normal, o mais recomendado é buscar o auxílio psicológico ou psiquiátrico para dar início a um tratamento específico.
Em algumas situações, pessoas que convivem com graus de estresse e ansiedade podem ter o efeito contrário e se alimentar mais do que o necessário. Por exemplo, um indivíduo que sofre com ansiedade de forma mais esporádica pode encontrar na comida uma forma reconfortante de se acalmar e satisfazer um prazer pessoal. Isso ocorre pois pessoas com o mesmo nível de estresse podem responder de maneiras diferentes aos estímulos causados pelos hormônios.
Um estudo de pesquisadores da Universidade de Washington, nos Estados Unidos, indica que principalmente as mulheres tendem a consumir mais calorias ao se sentirem ansiosas, por isso costumam ter maior predisposição genética a ganhar peso.
Fontes: Medical News Today, Ministério da Saúde, National Institutes of Health, Drauzio Varella.