Remédio para dormir: 35% das pessoas usam sem recomendação

23 de abril de 2021 3 mins. de leitura
Cerca de 40% fazem uso há mais de um ano e 20% aumentaram o consumo na pandemia

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Uma pesquisa feita pela startup SleepUp, focada em assistência pessoal do sono, indicou que 35% das pessoas que usam medicamentos para insônia o fazem sem prescrição médica. A análise levantou também outros dados, como quais são os tipos de remédios utilizados e qual é o tempo de uso.

O estudo foi realizado em fevereiro de 2021 com 553 pessoas que responderam a questões a respeito de sua qualidade do sono: 13% dos participantes afirmaram que fazem uso de medicamento para dormir, sendo a maioria mulheres (71% contra 29% dos homens).

Mais mulheres do que homens relataram dificuldade para dormir. (Fonte: Unsplash)
Mais mulheres do que homens relatam dificuldade para dormir. (Fonte: Unsplash)

Quanto ao tempo de uso da medicação, 88,4% dos respondentes indicaram que já tomam remédios há mais de três meses e 44,2%, há mais de um ano. Entretanto, apenas 10,31% apontaram que fazem uso diário das substâncias. Um dado que chama atenção é o fato de 35% das pessoas que indicaram fazer uso de medicamento para insônia não terem prescrição médica para isso.

O risco para a saúde e o bem-estar em curto e longo prazos, especialmente considerando a variedade de efeitos colaterais, é um fato que já tem sido estudado por pesquisadores de instituições brasileiras como a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e estrangeiras como o Centro de Saúde do Sono no Brigham and Women’s Hospital (EUA). Entre os problemas comuns que a falta de orientação médica pode causar, estão reações como falhas de memória, cansaço ou fadiga, pesadelos e sonolência durante o dia, além do risco de dependência do medicamento devido ao uso indevido.

A terapia cognitivo-comportamental é uma técnica que pode ajudar a entender os padrões do sono e melhorá-los. (Fonte: Unsplash)
Terapia cognitivo-comportamental pode ajudar a entender os padrões do sono e melhorá-los. (Fonte: Unsplash)

Os pesquisadores também indicaram as medicações mais consumidas pelos respondentes: 22,9% usam ansiolíticos ou calmantes; 11%, antidepressivos; e 3,4%, hipnóticos — sendo o último o mais recomendado para o tratamento contra o distúrbio do sono. Ainda, 44% das pessoas afirmaram nunca terem ouvido falar em técnicas de terapia cognitivo-comportamental como terapia para insônia, uma alternativa que pode ser benéfica em curto e longo prazos.

Aumento do consumo durante a pandemia

O estudo da SleepUp revelou que 13% dos 553 respondentes aumentaram em 20,51% o uso de medicação durante a pandemia de covid-19. Especialmente nesses casos, é comum que o problema esteja relacionado a fatores como estresse, ansiedade, dificuldade de lidar com emoções e períodos de luto, o que reforça a necessidade de buscar alternativas com foco em problemas de insônia.

Uma vez que essa técnica objetiva identificar sentimentos e padrões de pensamento por trás de cada comportamento, é uma opção que proporciona ao paciente maior autoconhecimento e habilidades de lidar com as emoções, podendo ser realizada em associação ou não com a terapia medicamentosa.

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Fonte: SleepUp, Medicina SA, Estadão.

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