Sarampo e dengue têm contágio ainda maior que covid-19 - Summit Saúde

Sarampo e dengue têm contágio ainda maior que covid-19

14 de abril de 2020 4 mins. de leitura

Apesar do alerta para a contaminação rápida do novo coronavírus, outras doenças despertam a atenção das autoridades de saúde

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Com milhares de casos registrados no mundo em apenas três meses de surto, a covid-19 foi categorizada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como uma pandemia. Nas últimas semanas, o vírus foi responsável por causar grande alerta no sistema de saúde de países como China e Estados Unidos e no continente europeu.

Com estimativa mínima de 12 meses a 18 meses para a criação de uma vacina que combata a covid-19, de acordo com dados da própria OMS, o rápido contágio da doença chamou atenção da comunidade médica e despertou reações de vários governos. Apesar dos esforços traçados internacionalmente para conter o avanço do novo coronavírus, ainda existem outras doenças com níveis de contágio mais elevados, como sarampo, malária e dengue.

Segundo o modelo matemático desenvolvido pelo Centro de Controle de Doenças (CDC) dos Estados Unidos, a covid-19 tem grau de contágio categorizado entre 2 e 3, o que representaria um nível moderado. Para comparação, na mesma escala, o sarampo atinge marcas entre 12 e 18, o que é considerado muito alto. O índice R0, ou número básico de reprodução, calcula quantas pessoas saudáveis um indivíduo pode contaminar. Também são levados em consideração fatores biológicos, sociocomportamentais e ambientais para os cálculos.

Sarampo

(Fonte: Shutterstock)

O grande perigo para uma epidemia de sarampo reside em uma população não vacinada. Enquanto alguém contaminado com a covid-19 pode transmitir a doença, em média, para 3 pessoas saudáveis, o sarampo tem capacidade de contaminar até 13 indivíduos.

O sarampo é uma infecção viral grave que apresenta os seguintes sintomas: febre, tosse, irritação nos olhos, manchas vermelhas no corpo e mal-estar intenso. A sua transmissão ocorre através do ar, e a única maneira de evitá-la é por meio da vacinação.

Em 2016, a OMS concedeu ao Brasil a certificação de erradicação do vírus após o país deixar de registrar novos casos. Porém, em 2019, um novo surto contaminou 16 mil pessoas em território nacional e reposicionou a nação sul-americana no mapa de alerta para a doença.

De acordo com o Ministério da Saúde, o ressurgimento da enfermidade ocorre por muitos pais deixarem de vacinar os filhos. Em 2017, o setor do governo havia registrado que 84,9% da população tinham recebido a primeira dose da vacina tríplice viral, enquanto na segunda dose o número caía para 71,5%.

Os surtos de sarampo atingem principalmente crianças com menos de 12 meses de idade, visto que a primeira dose da vacina só é aplicada a partir de 1 ano de idade. Em 2019, 15 pessoas morreram em decorrência do vírus — o maior número em três décadas.

Dengue

(Fonte: Pixabay)
(Fonte: Pixabay)

Enquanto o novo coronavírus atraiu os holofotes dos noticiários, o Ministério da Saúde registrou mais de 181 mil casos de dengue até março de 2020. Segundo o balanço do setor, os números representam aumento de 72% de casos em relação ao mesmo período do ano anterior.

A dengue é uma arbovirose — doença transmitida por picadas de inseto — e causa sintomas como febre alta, dores musculares, falta de apetite e dores de cabeça. Em 2019, 735 a cada 100 mil brasileiros contraíram a doença, totalizando 1,5 milhão de casos no País, o que significou a segunda maior marca de casos do vírus na história.

O Aedes aegypti, mosquito responsável pela transmissão do vírus, também é fonte de outras enfermidades, como chikungunya e zika. Por não existir vacina que previna a doença, o principal fator de combate ao agente transmissor é a higienização.

A água parada é a principal forma de proliferação do Aedes aegypti, que se aproveita de períodos com mais chuvas para se reproduzir. A dengue causa maiores riscos para a parcela da população com doenças crônicas, como diabetes e hipertensão.

Fonte: Ministério da Saúde e Biologia Net.

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