Saúde mental da população negra exige a atenção de todos - Summit Saúde

Saúde mental da população negra exige a atenção de todos

18 de dezembro de 2024 4 mins. de leitura

Problemas como o preconceito e o racismo prejudicam de forma significativa a saúde mental da população negra no país Estadão Blue Studio Express Conteúdo de responsabilidade do anunciante A saúde mental da população negra está entre um dos temas fundamentais para o combate das desigualdades étnicas-sociais no Brasil. Em busca da construção de um país […]

Publicidade

Problemas como o preconceito e o racismo prejudicam de forma significativa a saúde mental da população negra no país

Estadão Blue Studio Express

Conteúdo de responsabilidade do anunciante

A saúde mental da população negra está entre um dos temas fundamentais para o combate das desigualdades étnicas-sociais no Brasil. Em busca da construção de um país mais justo, igualitário e saudável, torna-se indispensável avaliar as causas e, principalmente, trabalhar por mudanças.

Discriminação racial, preconceito, racismo institucional são problemas que, infelizmente, ainda se fazem presentes em nossa sociedade, apresentando efeitos devastadores.

Entre as consequências, surgem a ansiedade, a depressão e o elevado número de casos de suicídio, principalmente entre os mais jovens.

Esses e outros problemas demonstram a urgência em encontrar caminhos para a promoção da saúde mental da população negra, com um trabalho multidisciplinar e conjunto que envolva tanto o poder público quanto a iniciativa privada e organização civis.

Saúde mental na população negra

De acordo com o último censo divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 55,5% da população brasileira se identifica como parda (45,3%) ou preta (10,2%).

Apesar dos avanços já conquistados, ainda hoje as pessoas enfrentam problemas como discriminação e preconceito. Mesmo quando sutis, esses fatores são determinantes para a degradação da saúde mental da população negra.

Consequentemente, isso reflete diretamente em toda a sociedade, prejudicando de forma significativa até mesmo o desenvolvimento das futuras gerações.

Com base nos dados do Sistema de Informação sobre Mortalidade, levantamento do Departamento de Apoio à Gestão Participativa e ao Controle Social constatou um aumento na proporção de suicídios entre negro de 2012 a 2016, na comparação com as demais raças/cores, passando de 53,3% para 55,4%.

Ainda de acordo com o estudo, seis em cada dez suicídios registrados em 2016 envolvendo adolescentes e jovens ocorreram em negros.

A prevalência de casos está entre as pessoas do sexo masculino, onde o risco de suicídio apurado no mesmo ano entre os jovens e adolescentes negros foi 50% maior na comparação com os brancos. Entre as mulheres, esse índice foi de 20%.

Combate ao racismo

Os números alarmantes demonstram a necessidade de mudanças, assim como de um trabalho mais intenso e efetivo para a proteção da saúde mental da população negra.

Como exemplo, é importante destacar a existência da Política Nacional de Saúde Integral da População Negra, instituída pela portaria número 992 do Ministério da Saúde de 2009.

O ato normativo tem como objetivo geral “promover a saúde integral da população negra, priorizando a redução das desigualdades étnico-raciais, o combate ao racismo e à discriminação nas instituições e serviços do SUS”. Entre as estratégias estabelecidas pela portaria consta a atenção à saúde mental.

O combate ao racismo, claro, exige um trabalho multidisciplinar, envolvendo diferentes áreas. O que cabe à saúde, é indispensável uma atuação ampla tanto na prevenção quanto no cuidado da população.

Nesse contexto, é necessário um trabalho dedicado para a democratização do apoio psicológico, levando o atendimento a todos os necessitados. Aqui, movimento sociais se tornam valiosos aliados para a promoção da saúde mental, combatendo preconceitos e garantindo a todos o direito de uma assistência digna e qualificada.

Em conjunto com o poder público e a iniciativa privada, o suporte especializado oferecido por movimentos sociais facilita o suporte necessário para a promoção da saúde mental na população negra.

Como exemplo, podemos destacar o trabalho voluntário desenvolvido pelo movimento Psicólogos Sem Fronteiras. Para mais informações, acesse o site https://www.psf.org.br.

Foto: GettyImages

Webstories