Conheça os inúmeros malefícios do consumo excessivo de sódio e como evitá-los
Publicidade
Dados apontam que o Brasil é um dos países com a maior taxa de consumo de sal. A quantidade recomendada diariamente é de 5 gramas; no entanto, a média brasileira é de 11 gramas, segundo a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas Brasil).
Essas estatísticas se reforçam com resultados de um estudo coordenado tecnicamente pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), com a finalidade de traçar um perfil clínico da população brasileira e acompanhar o cenário das doenças crônicas não transmissíveis no país. Os resultados dos exames laboratoriais mostraram o alto consumo do condimento e sua relação com problemas de saúde, como a hipertensão arterial, que é a causa de muitas doenças crônicas, como as cardiovasculares e a renal.
De acordo com uma entrevista cedida ao site oficial da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), a pesquisadora Célia Landmann Szwarcwald, coordenadora técnica da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), afirma que “a redução no consumo de sal é considerada, hoje, uma das intervenções de melhor custo-efetividade para reduzir as doenças crônicas não transmissíveis, sobretudo pela possibilidade de diminuição da pressão arterial média da população”.
Szwarcwald também enfatiza que reduzir o uso na alimentação diminui significativamente o número de mortes prematuras, além de aumentar a expectativa de vida da população.
Usado desde muito tempo para manter a qualidade dos alimentos, o sal ganhou, mais tarde, o status de “tempero”. No entanto, devido ao uso exagerado e aos problemas que ocasiona, hoje o condimento está no topo da lista dos vilões entre os alimentos.
Hipertensão arterial
A hipertensão arterial é um fator de risco para a morbimortalidade cardiovascular. É uma doença silenciosa, que, segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia, atinge 32,5% da população (36 milhões de pessoas). Os dados são de 2016.
É claro que existem tratamentos e medicamentos seguros voltados a esse que é um dos males que afetam grande parte da população. No entanto, os cuidados com o estilo de vida e a alimentação podem fazer a diferença. Um exemplo é a moderação em alimentos que contêm alto teor de sódio e a diminuição do uso do sal de cozinha — um dos fatores controláveis da condição.
Problemas nos rins
O rim deve filtrar e excretar o sal, mas a sua capacidade para isso é limitada. Com o consumo alto, sua função fica comprometida, e isso gera o risco do desenvolvimento de cálculo renal. Importante reforçar que a hipertensão arterial pode ser, direta ou indiretamente, a causa da doença renal crônica.
Doenças cardiovasculares
Acidente Vascular Cerebral (AVC) e infarto são duas situações que podem ser decorrentes do consumo exagerado do tempero. Se reduzido para a quantidade recomendada, haverá uma diminuição de 15% nas taxas de óbitos por AVC e de 10% nas de infarto. As informações são do Blog da Saúde, do Ministério da Saúde.
Diabetes
Apesar de logo associarmos diabetes ao consumo de açúcar, o abuso de sal aumenta consideravelmente o risco do surgimento da doença. Trata-se de um tipo muito parecido com a diabetes 2, chamado “diabetes autominune latente em adultos” — LADA, sigla para o nome em inglês: latent autoimmune diabetes in adults.
Para não fazer parte das estatísticas de problemas de saúde pública, é preciso estar atento aos sinais que o organismo envia, mas, sobretudo, se antecipar e adotar hábitos saudáveis. A fim de diminuir a quantidade de sal consumida, você pode usar recursos alternativos ao condimento.
Veja algumas opções:
Sobre a redução do tempero para a promoção de uma dieta mais saudável, há também o comprometimento dos Estados membros da Organização Mundial da Saúde (OMS) com a implementação do Plano de Ação Global para a Redução de Doenças Não Comunicáveis. Entre as nove metas do plano, existe a de reduzir a ingestão de sal em 30% até 2025. A ideia é que sejam diminuídos os níveis de sódio/sal adicionados a alimentos preparados ou processados.
Fontes: Blog da Saúde Ministério da Saúde, Agência Fiocruz, OMS, OPAS, World Health Organization, Sociedade Brasileira de Cardiologia.