Sputnik e Covaxin: Brasil negocia 30 milhões de doses das vacinas

4 de fevereiro de 2021 3 mins. de leitura
Reunião com representantes das companhias deve ocorrer nesta sexta-feira (5), após Anvisa ter flexibilizado processo de concessão de uso emergencial

Na última quarta-feira (3), o Ministério da Saúde divulgou um comunicado anunciando que negociações envolvendo a compra de 30 milhões de doses de vacinas contra a covid-19 estão em andamento. “A decisão de avançar as negociações ocorre após a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizar o novo protocolo com simplificação do processo de concessão de uso emergencial e temporário de vacinas, dispensando a realização de estudos clínicos de fase III”, destaca.

De acordo com a entidade, uma reunião com representantes do instituto russo Gamaleya deverá ocorrer ainda nesta sexta-feira (5), durante a qual se espera a definição da entrega de um total de 10 milhões de unidades da Sputnik V entre fevereiro e março, que serão importadas da Rússia. A produção nacional mensal de insumo farmacêutico ativo, além de 8 milhões de doses, nas instalações da companhia no Distrito Federal a partir de abril também está em discussão.

De acordo com o ministério, o restante ficaria por conta da indiana Covaxin, totalizando 8 milhões de doses a serem entregues ainda neste mês, em caso de sucesso no acordo. 

Aquisição de doses da Sputnik V deve ser definida nesta sexta-feira (5). (Fonte: Shutterstock)
Aquisição de doses da Sputnik V deve ser definida nesta sexta-feira (5). (Fonte: Shutterstock)

Minimizando riscos e maximizando ganhos

Ambas as substâncias apresentaram resultados promissores, apontam estudos publicados pelo periódico The Lancet, chegando a 91,6% de eficácia na prevenção da covid-19, no caso da Sputnik V, assim como prevenção de 100% de casos moderados e graves. 

Quanto à Covaxin,  foram demonstradas geração de resposta imunológica aprimorada contra a doença e segurança nas análises da primeira fase de testes. Além disso, a indiana destacou que vai pedir, na semana que vem, autorização à Anvisa para iniciar os testes clínicos de fase III no país.

Por fim, o Ministério Público, em outra nota publicada no mesmo dia, declarou que deve receber 10,6 milhões de doses de vacinas da farmacêutica AstraZeneca/Oxford por meio do consórcio global Covax Facility, promovido pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e do qual 191 países são integrantes.

A entrega será dividida em etapas e, na primeira, está previsto o recebimento de 25% das unidades – que já têm destino certo: “Diante do imperativo de minimizar riscos e maximizar ganhos de adesão ao consórcio, o Brasil optou por contratar doses de vacinas para o equivalente a 10% da população brasileira, com distribuição de acordo com o Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra a covid-19, o que totaliza 42,5 milhões de doses”, informa o comunicado.

OMS está à frente de iniciativa global de distribuição de vacinas. (Fonte: Shutterstock)
OMS está à frente de iniciativa global de distribuição de vacinas. (Fonte: Shutterstock)

O ministro da Saúde Eduardo Pazuello comemora: “As tratativas com a AstraZeneca tiveram início nesta terça-feira (2) e, sem dúvidas, a nossa parceria com o laboratório facilita as conversas para que o acesso às vacinas seja o mais rápido possível, diminuindo o contágio e deixando mais pessoas protegidas.” 

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Fontes: Ministério da Saúde, Estadão.

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