Sem tratamento específico e vacina, a única forma de prevenção contra dengue é através de controle do vetor
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A dengue foi o tema do terceiro painel do Estadão Summit Saúde 2021, que contou com o patrocínio da Takeda e a participação da médica infectologista Rosana Richtmann, do Instituto de Infectologia Emílio Ribas. O evento, considerado o mais importante e o maior do setor, acontece de forma online e gratuita até sexta-feira (22).
Cerca de metade da população mundial corre o risco de contrair a doença, segundo alerta da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS). A dengue é considerada uma arbovirose, ou seja, um vírus transmitido por meio de mosquito, o que complica o combate à doença, que ainda não conta com uma vacina ou tratamento eficaz.
Para Richtmann, enquanto não houver o controle do Aedes aegypti, que é o principal vetor da dengue, chikungunya e zika (ZIKV), a maior parte da população mundial está suscetível à patologia. “Aqui nas Américas, só tem dois países que não têm o vetor e não têm dengue”, ela comentou. Dessa forma, apenas Chile e Canadá estão livres da doença.
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O mosquito precisa apenas de água, limpa ou suja, para se multiplicar, de acordo com uma explicação de Richtmann. Além disso, os ovos conseguem sobreviver até um ano antes de se transformarem em uma larva após o contato com a água. “O controle do vetor é bastante difícil porque ele vive em peridomicílio, diferente da febre amarela que você precisa entrar na mata para se infectar”, esclareceu a médica.
Uma pessoa infectada contra a dengue pode adquirir novamente a doença. Isso acontece porque existem quatro vírus que provocam a patologia. “Quando você é infectado por um dos quatro vírus, você fica imune só para aquele que te infectou”, afirmou a infectologista. A resposta imune do corpo só responde àquela forma específica de infecção; então, ao longo da vida, uma pessoa pode ter quatro vezes a enfermidade.
Por conta disso, qualquer estratégia que seja pensada de imunização contra a dengue tem de ser pensada para combater os sorotipos diferentes. Dois ou mais tipos de vírus podem circular ao mesmo tempo, o que torna a situação ainda mais difícil, segundo Richtmann.
A infectologista afirmou ainda que “a segunda infecção da dengue, em geral, costuma ser até mais grave”. As dengues hemorrágicas, por exemplo, estão relacionadas a uma segunda infecção. Isso pode acontecer devido a uma hiper-resposta do sistema imunológico a um vírus semelhante, o que leva a um quadro inflamatório maior do que o da primeira vez.
Na literatura médica, a taxa de morte no segundo episódio pode chegar a até 10%. Por essa razão, é importante que, mesmo quem já tenha tido dengue, continue a tomar cuidados, alerta a médica.
A infectologista orienta que, nos primeiros sinais clínicos, como sangramentos, dor abdominal intensa, vômito e queda de pressão, o paciente deve procurar o serviço médico para que seja realizado um tratamento precoce dos sintomas para diminuir o risco de óbito.
Os sintomas da dengue são variados e podem ser confundidos com outras doenças, como a covid-19. “A dengue de uma maneira geral, o que mais chama a atenção, é o início abrupto”, explicou Richtmann. Os sinais incluem:
Durante a pandemia, todos os recursos foram destinados para o combate ao coronavírus. Com isso, o trabalho de prevenção, como a verificação de focos de mosquito na casa das pessoas, foi suspenso. “Pode até ter havido subnotificação, seja pela dificuldade de fazer diagnóstico, seja pela própria demanda do pessoal de vigilância epidemiológica”, destacou Richtmann.
O diagnóstico é confirmado por exame laboratorial de sangue específico. O tratamento contra a dengue é realizado por meio do monitoramento da evolução dos sintomas e da reidratação. Em alguns casos, pode ser necessária a internação do paciente. O processo de cura contra a doença consiste em aguardar o ciclo viral passar no organismo.
A programação do Estadão Summit Saúde acontece até sexta-feira (22). Ainda dá tempo de se inscrever!
Fonte: Estadão Summit Saúde 2021.