são Paulo e Rio de Janeiro confirmaram que há pessoas contaminadas mesmo sem sair do país
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O governo de São Paulo confirmou dia 12 de março que já existe transmissão comunitária do novo coronavírus no estado. O mesmo comunicado foi feito pela Secretaria de Saúde do Rio de Janeiro. Ambas as regiões concentram boa parte das 98 pessoas confirmadamente infectadas pela covid-19 no país, de acordo com os dados divulgados pelo Ministério da Saúde até sexta, 13.
A confirmação da transmissão comunitária significa a possibilidade de o Covid-19 atingir não só as pessoas que viajaram para os países atingidos — como Itália ou China —, mas também aquelas que não saíram do país. A notícia reforça a necessidade de esforços das autoridades nacionais. Contudo, o secretário de saúde do governo fluminense, Edmar Santos, afirmou para a Agência Brasil que isso já era esperado e não há motivo de pânico.
Além de São Paulo e Rio de Janeiro, pelo menos 10 estados registraram resultados positivos para o novo coronavírus, embora ainda não tenham divulgado a ocorrência de transmissão comunitária.
A previsão é que, a partir de agora, o número de pessoas infectadas pelo novo coronavírus aumente exponencialmente nos dois estados e que mais regiões apresentem transmissão local.
Por isso, o Governo Federal publicou uma série de medidas a serem adotadas com o objetivo de frear o avanço da covid-19. Entre elas, está o cancelamento de eventos de grande porte ou, quando isso não for possível, que eles sejam realizados sem público.
Em locais onde há a transmissão local, como SP e RJ, as restrições devem ser ainda maiores, com a redução do deslocamento de trabalhadores e estudantes. Sempre que possível, as pessoas devem ficar em casa. Para os indivíduos que chegam do exterior, é indicado o autoisolamento domiciliar por sete dias.
As autoridades paulistas e fluminenses também já divulgaram seus planos para lidar com o novo cenário de transmissão. No Rio de Janeiro, o plano de contingência compreende 4 níveis de ação, do 0 ao 3.
Na quinta-feira (12), o estado passou do nível 0 ao 1, prevendo a alocação de mais de 200 leitos hospitalares para o tratamento da covid-19. Caso as medidas de nível 1 não surtam efeito, o estado poderá acionar as próximas etapas do plano de contingência. A última prevê a criação de hospitais de campanha e pedido de ajuda às Forças Armadas.
O governo paulista criou um Centro de Contingenciamento para o coronavírus e fez uma série de cálculos para estimar o impacto da pandemia na rede pública de saúde. As autoridades trabalham em três cenários, sendo que o mais otimista deles prevê 4,6 mil paulistas infectados pelo novo coronavírus — isso corresponde a 1% da população. No cenário mais grave, 10% do estado seria acometido pelo Covid-19, totalizando cerca de 4,6 milhões de pessoas.
Esses números são maiores do que os registrados em todos os países mais atingidos pela pandemia até agora. Contudo, as autoridades paulistas já deixaram claro que eles são estimativas necessárias para alocar recursos e criar estratégias. Na verdade, ainda não há como saber o verdadeiro potencial de transmissão da doença.
Levando em conta que 60% dos paulistas dependem da rede pública de saúde, as autoridades já se preparam tendo em vista o aumento na demanda. Para a “primeira onda” de infecções, que deve durar 4 ou 5 meses, o Governo está preparando 1,4 mil novos leitos de UTI.
Além disso, a Secretaria de Saúde já está providenciando recursos humanos e financeiros para aplicar no combate ao Covid-19. As informações foram divulgadas em coletiva de imprensa, na quinta-feira (12), e publicadas pelo Estadão.
O Ministério da Saúde também salienta que a maioria das pessoas infectadas pela covid-19 pode realizar o tratamento em casa, sem necessidade de atendimento hospitalar ou atitudes mais drásticas voltadas à saúde. Isso porque os sintomas da doença não costumam ser graves, sendo semelhantes aos de uma gripe mais forte, principalmente em pessoas jovens e saudáveis. Em São Paulo, estima-se que uma parcela de 20% dos infectados precisará de internação.
Fontes: Estadão, Agência Brasil.