Levantamento da Info Tracker, desenvolvida pela Universidade de São Paulo (USP), aponta aumento de casos do novo coronavírus a partir de setembro
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Segundo a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), a Delta já representa 90% das amostras do novo coronavírus sequenciadas no mundo. A cepa, identificada pela primeira vez na Índia, já se tornou dominante na Europa e agora começa a aparecer no Brasil.
De acordo com o Info Tracker, sistema de monitoramento da pandemia da Universidade de São Paulo (USP) e da Universidade Estadual Paulista (Unesp), a Delta já é responsável pelo aumento dos casos no Rio de Janeiro e prevê que o mesmo aconteça em São Paulo a partir do mês que vem.
O País já tem 1.051 casos dessa variante, conforme os dados do Ministério da Saúde. No estado do Rio de Janeiro, 150 leitos exclusivos para a covid-19 foram reabertos depois que a ocupação na terapia intensiva chegou a 95% na capital. Outras sete cidades do estado estavam com ocupação máxima de leitos no dia 17 de agosto.
Para chegar às projeções, o levantamento levou em consideração a data da chegada das cepas em Israel, Nova York e Londres e quanto tempo ela demorou para aumentar as infecções nesses locais.
Embora a vacinação esteja avançando, a demora para que a população receba duas doses pode prejudicar o controle da transmissibilidade do vírus. Apenas 30% das pessoas com mais de 18 anos estão totalmente imunizadas no Brasil.
Em junho, o Ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, disse que até dezembro de 2021 toda a população adulta estaria vacinada. Porém, no ritmo atual, especialistas acreditam que isso só ocorrerá em 2022.
Ainda é necessário que as pessoas tenham restrição de circulação e sigam todas as ações recomendadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS), como o uso de máscara e higienização das mãos.
O grande problema é que, com a maioria dos adultos vacinados com a primeira dose, há uma sensação de segurança e, consequentemente, o afrouxamento das medidas sanitárias. Em São Paulo, o governador João Doria decidiu retirar as restrições de circulação que estavam vigentes desde março de 2021, o que gerou preocupação entre as entidades médicas.
Felizmente, até o momento essa cepa não está associada à maior gravidade e mortalidade. Mas, segundo o Governo do Reino Unido, ela é 60% mais contagiosa do que a Alfa e quase duas vezes mais transmissível do que a cepa original. Resta aguardar o avanço da vacinação nos estados, na expectativa de que a primeira dose seja suficiente para frear a pandemia.
Fonte: Estadão, National Geographic, Organização Mundial da Saúde (OMS), Info Tracker.