Exercício físico pode substituir remédios para saúde mental

30 de março de 2020 3 mins. de leitura
Estudo conclui que atividades físicas podem ser alternativa ao tratamento medicamentoso

A prática de exercícios físicos é uma grande aliada da saúde física, sendo recomendada principalmente para evitar problemas cardiovasculares e respiratórios. Uma descoberta realizada por pesquisadores da Universidade de Vermont (UVM) constatou que se exercitar pode ser uma solução também para questões de saúde mental.

Os profissionais do Centro Médio da UVM, David Tomasi, Sheri Gates e Emily Reyns, defendem a hipótese de que, antes de qualquer medicamento, os psiquiatras deveriam prescrever atividades físicas como forma de tratamento para pacientes com problemas psicológicos.

A expectativa da pesquisa

(Fonte: Shutterstock)

O artigo de Tomasi, Gates e Reyns foi publicado na revista online Global Advances in Health and Medicine e tem como objetivo principal “promover o exercício físico, o condicionamento e a saúde física em pacientes internados em psiquiatria”. Foram chamados para participar do experimento pacientes das unidades Shepardson 3 e Shepardson 6, que ficam na ala de psiquiatria do Centro Médico da UVM.

A intenção era mostrar que os cuidados com o corpo e a alimentação poderiam gerar melhorias no quadro de pacientes com sintomas de depressão, ansiedade, mania, explosões de raiva e comportamento perturbador generalizado.

Como foi feito o estudo?

Após selecionarem os pacientes, os pesquisadores recomendaram que todos se exercitassem e ofereceram uma educação nutritiva a eles. Para isso, foram promovidas atividades que duravam 60 minutos, quatro vezes por semana, incluindo treinamentos cardiovasculares, de resistência e flexibilidade.

Durante as aulas de nutrição, os pacientes aprenderam a identificar grupos de alimentos, entender quais escolhas alimentares são saudáveis, discutir o orçamento e desenvolver um planejamento de refeições. Todas as atividades duraram 12 meses.

Os resultados obtidos

Os resultados se mostraram positivos em relação aos efeitos do exercício físico e da relação entre mente e corpo no tratamento de pacientes da ala de psiquiatria do Centro Médico. Para realizar a análise, os participantes foram questionados sobre como estavam se sentindo antes e após a prática das atividades físicas. Os apontamentos sobre se sentirem felizes ou muito felizes cresceram muito, enquanto os sentimentos de tristeza e muita tristeza ficaram próximos a zero.

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(Fonte: Shutterstock)

Cerca de 90% dos pacientes afirmaram, após os exercícios, que estavam “se sentindo melhores”; destes, 63% reportaram estarem se sentindo felizes ou muito felizes, em vez de neutros, tristes ou muito tristes. Em relação ao grupo de tratamentos nutritivos, 68,8% dos pacientes avaliaram que as dicas de alimentação foram úteis, mostrando que a relação entre a alimentação e o bem-estar físico também é grande.

Outro resultado muito positivo apresentado foi que quase 100% dos pacientes aprovaram os efeitos que a melhoria na alimentação e uma boa rotina de exercícios deram para a vida e a saúde mental deles. Dessa forma, a equipe da UVM trouxe mais luz para os estudos da ligação entre saúde mental e saúde física.

As respostas demonstraram que recorrer imediatamente a medicamentos talvez não seja a opção mais indicada e saudável. Além disso, destacaram a importância que cuidar do corpo e manter uma boa rotina de exercícios físicos, recorrendo a uma alimentação nutritiva e equilibrada, pode ter na hora de tratar sintomas como depressão, ansiedade e raiva.

Fontes: SAGE Journals, Big Think.

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