Covid-19: quando a doença se tornará endêmica?

12 de dezembro de 2022 4 mins. de leitura
Apesar da diminuição de mortes, casos voltaram a crescer nos últimos meses

O ano de 2022 foi bem diferente dos anteriores. Enquanto em 2020 e 2021 vimos comércios fechados, ruas vazias e muita expectativa pela vacinação contra a covid-19, o terceiro ano da pandemia trouxe a vida das pessoas para muito perto da normalidade. Os shoppings estão lotados, shows de artistas internacionais acontecem sem o uso de máscaras e as famílias estão reunidas novamente.

Porém, apesar da grande diminuição no número de casos graves e mortes, a doença ainda está por aí. Na segunda semana de novembro, o Brasil registrou mais de 60 mil casos da doença, um aumento de 134% com relação às semanas anteriores. Apesar disso, a vida das pessoas não parece ter mudado, e as máscaras não são mais vistas com a mesma frequência de altas anteriores. Por isso, fica a pergunta: como saber quando a pandemia de fato acabou?

O que define uma pandemia?

As mascaras foram um importante aliado na luta contra a COVID-19
Máscaras foram um importante aliado na luta contra a covid-19. (Fonte: Shutterstock/Reprodução)

Pela definição da Organização Mundial da Saúde (OMS), recebe o status de pandemia uma doença que se espalha por vários continentes de maneira generalizada, atingindo uma escala global. No início, a covid-19 era considerada apenas uma epidemia, já que atingia algumas regiões da China e Europa, mas não tinha casos em outros continentes. Portanto, em termos técnicos, enquanto existir um número de casos relevante na maior parte do mundo, a infecção deverá ser tratada como pandemia.

O que diz a OMS?

Em setembro deste ano, a OMS começou a discutir de maneira mais veemente a possibilidade do fim da pandemia. Para isso, seria necessário que os países se comprometessem com diversos pontos para evitar possíveis aumentos. Entre eles estão orientações sobre a vacinação, capacidade de produção de imunizantes, disponibilidade de testes e a garantia de suprimentos e equipamentos para profissionais de saúde.

O fato é que a organização não está apenas preocupada com a pandemia da covid-19, mas também com o surgimento de novas doenças altamente contagiosas. A ideia é que o mundo não seja mais pego desprevenido como aconteceu em 2020.

Como acabou a pandemia de H1N1?

Foi em uma terça-feira, 10 de agosto de 2010, que a OMS anunciou o fim da pandemia de H1N1, popularmente conhecida como gripe suína. Os casos ainda existiam, e existem até hoje. Mas a doença passou a ter um comportamento sazonal, ou seja, aparecia com maior frequência em determinado período do ano.

Também houve uma redução drástica no número de casos graves, ao mesmo tempo em que a vacina se mostrou eficaz por um período prolongado. Por fim, o vírus não apresentou mais mutações relevantes e perigosas, o que fez com que a doença tivesse um comportamento parecido com o da gripe tradicional. Por isso, existe uma grande probabilidade de que a OMS use critérios parecidos com estes para a covid-19.

Vacina bivalente

Novas vacinas bivalentes protegem contra duas variantes ao mesmo tempo
Novas vacinas bivalentes protegem contra duas variantes ao mesmo tempo. (Fonte: Shutterstock/Reprodução)

Uma das esperanças para acelerar de vez o fim da pandemia são as vacinas bivalentes. Como o nome sugere, elas são eficazes contra mais de uma cepa da covid-19. Isso permite um controle muito maior da doença, já que existem variantes diferentes circulando no país.

A Pfizer, principal fornecedora de imunizantes para o governo federal durante a pandemia, desenvolveu e já está no processo de entrega das vacinas bivalentes para o Brasil. Elas devem ser usadas para doses de reforço nos próximos meses.

Fonte: Governo Federal, Fiocruz, OMS, CNN

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