Estudantes criam dispositivo que pode salvar pessoas com alergia - Summit Saúde

Estudantes criam dispositivo que pode salvar pessoas com alergia

27 de setembro de 2019 4 mins. de leitura

Histórico de alergia de um dos membros da equipe motivou a criação de um relógio-seringa que pode ajudar mais de 30% da população brasileira

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Pessoas que convivem com alergias crônicas ou mesmo dermatites iniciais sabem da importância de ter um antialérgico sempre por perto. Pensando nisso, um grupo de estudantes da Rice University, nos Estados Unidos, divulgou no início deste ano um protótipo de wearable que tem sido chamado de “relógio-seringa”.

O dispositivo tem o intuito de transportar junto ao corpo, de forma simples, uma dose de epinefrina e uma seringa para que a aplicação seja realizada em caso de emergências.

Estudante de Bioengenharia da Rice University, Justin Tang convive com crises alérgicas por conta da presença de amendoim em diversos alimentos desde a sua infância e foi o precursor da ideia. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), somente no Brasil, cerca de 30% da população apresenta algum tipo de alergia e futuramente poderia ser beneficiada por esse tipo de solução.

Mesmo sendo um alérgico cauteloso que busca sempre ter seu medicamento no bolso, o estudante levou o problema para o seu grupo da Rice University; eles então conseguiram chegar a um protótipo criado a partir de materiais de impressora 3D e nomeado como EpiWear. Para o estudante, é demasiadamente cansativo — e por vezes incômodo — levar sua dose de aplicação do remédio convencional no bolso.

Em vídeo divulgado pela universidade, o membro da equipe Jacob Mattia reforçou que o protótipo tem como principal objetivo ser algo que possa ser levado junto ao corpo — e um “relógio de pulso” é aparentemente uma boa solução.

Como o dispositivo funciona?

O dispositivo em forma de relógio é capaz de transportar uma dose de 3 mililitros de epinefrina (o mesmo que as doses comerciais convencionais contêm essa substância, considerando uma aplicação).

O sistema EpiWear se mantém junto ao corpo durante todo o dia, evitando que a pessoa alérgica se esqueça de transportar o remédio, por exemplo. O estudante e membro da equipe Alex Li acredita que esse formato possa ser bem aceito pelos pacientes: “Se é algo que vai salvar a vida, acreditamos que seria útil induzir as pessoas a mantê-lo no corpo”.

O EpiWear foi construído como um dispositivo em formato semelhante ao de um relógio de pulso que esconde uma seringa dobrável. O aparelho conta ainda com um sistema de segurança que permitirá ao usuário empurrar a tampa na parte superior para que uma mola interna libere a seringa para aplicação, podendo ainda ser facilmente acionado ou visualizado por outras pessoas em momentos de necessidade.

Em comunicado oficial para a imprensa, os estudantes reforçaram uma preocupação com a segurança do produto e os próximos passos para melhorias de suas funcionalidades e seu design.

Como sua construção foi realizada através de impressora 3D, a equipe acredita que fazer novos moldes, mais adaptados, seja uma tarefa simples e já prevista para o desenvolvimento desse projeto.

Controle de alergia

A alergia do tipo anafilaxia, fonte de motivação para a criação do dispositivo, pode causar reações graves geradas pelo consumo de remédios e alimentos como frutos do mar, sementes, nozes, leite e ovos, além de picadas de insetos.

O desenvolvimento e a preocupação de grandes instituições como a Rice University na busca de soluções como essa proporciona um futuro mais esperançoso para grande parte da população mundial que sofre com alergias severas.

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Fonte: Rice University.

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