Centros de estudo de saúde oferecem assistência médica com baixo ou nenhum custo ou à comunidade
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Os hospitais universitários têm como finalidade atender às necessidades de formação de estudantes da área de saúde, pois possibilitam que eles coloquem em prática as técnicas que aprendem em sala de aula. Porém, os alunos não são os únicos beneficiados pela iniciativa.
Confira como funcionam as clínicas-escolas e quais são os benefícios que elas oferecem para a população.
Os centros de estudo de saúde, também conhecidos como hospitais universitários ou clínicas-escolas, são espaços que oferecem atendimento gratuito ou com valores reduzidos para a comunidade. Isso é possível porque são os universitários que atendem ao público com a supervisão de um professor. Entre as áreas oferecidas estão psicologia, fonoaudiologia e odontologia.
Segundo a Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina, os centros universitários representam 2,8% dos hospitais do Brasil e têm grandes responsabilidades, pois formam e especializam profissionais, fazem atendimentos terciários e quaternários (aqueles mais complexos, como transplantes de órgãos) e ainda geram conhecimento com pesquisa e desenvolvimento.
Para atuar em um centro de estudo de saúde, os alunos devem passar por um processo seletivo e estar na fase final do curso, pois assim estão aptos a atender aos pacientes.
As clínicas-escolas permitem que os estudantes tenham acesso à prática profissional com o auxílio de tutores experientes, uma vez que todos os atendimentos são acompanhados por professores. Isso contribui para a formação dos jovens médicos, que saem da universidade com grande experiência em diversas áreas.
Em entrevista para o site Quero Bolsa, o coordenador do curso de Fisioterapia da Faculdade dos Guararapes (UNIFG), Nuno Moreira, explica que esses atendimentos proporcionam a vivência da prática profissional para os alunos em três níveis de atenção à saúde: prevenção, tratamento e reabilitação.
Outro aspecto desenvolvido é a ética de trabalho, pois, como os futuros profissionais trabalham diretamente com o público, vivenciam questões éticas e morais diariamente e assim adquirem confiança e experiência para tomar as melhores decisões fora da universidade.
Os centros universitários de saúde têm como objetivo atender à população de baixa renda próxima da comunidade em que estão inseridos, por isso as atividades são ofertadas com custo bem abaixo do mercado ou até mesmo de forma gratuita. A proposta é oferecer um serviço de qualidade para o público que busca suporte no Sistema Único de Saúde (SUS), mas não é atendido e acaba desamparado.
Como exemplo, podemos citar o caso de pessoas trans que precisam de tratamentos com fonoaudiólogos, mas nem sempre conseguem pagar pelo serviço. Lea Genefort, que faz acompanhamento de adaptação de voz na Universidade Veiga de Almeida (UVA), reforça a importância dessa iniciativa em entrevista ao Quero Bolsa: “Para quem faz a transição de gênero, pode ser uma questão de vida ou de morte”.
Os hospitais universitários unem professores, alunos e demais colaboradores em prol da democratização da saúde. Essa luta não é nova e conta com o apoio do Centro Brasileiro de Estudos de Saúde (Cebes), uma entidade criada em 1976 para lutar pela defesa dos direitos sociais, inclusive o direito universal à saúde. A organização objetiva organizar e alimentar estudos e pesquisas na área da saúde para melhorar as condições de vida do povo brasileiro.
Fontes: SPDM, CEBES.