Máscaras reduzem a propagação de covid-19 nas escolas

30 de janeiro de 2023 4 mins. de leitura
O uso de máscaras N95/PFF2 e cirúrgicas é recomendado por cientistas

Durante a pandemia de covid-19, um dos temas mais polêmicos no debate público foi o uso de máscara por crianças, mais especificamente no período escolar. Enquanto muitos especialistas afirmavam que o equipamento de proteção era fundamental para conter o aumento do número de contágios, outros viam a medida como pouco eficiente e apontavam possíveis danos ao desenvolvimento infantil.

Estudos recentes mostram que as máscaras foram mesmo fundamentais para conter o avanço do vírus e que é preciso estarmos preparados para que elas voltem a ser obrigatórias em caso de aumento significativo de infecções.

O que dizem os estudos?

Estudos revelam que máscaras são eficientes em ambiente escolar para evitar a propagação da covid-19
Estudos revelam que máscaras são eficientes no ambiente escolar para evitar a propagação da covid-19. (Fonte: Shutterstock/Reprodução)

Em um trabalho realizado pelo Centro de Ciências Matemáticas Aplicadas à Indústria (CeMEAI), pesquisadores constataram diminuição considerável no contágio em ambiente escolar com o uso de máscaras cirúrgicas e N95/PFF2.

Segundo o estudo, usar máscaras de baixa qualidade nas escolas, como as de pano sem filtro, representaria aumento de até cinco vezes no número de infectados quando comparado com o período de escolas fechadas. Já com uso de equipamentos próprios para o combate da covid-19, o aumento ficaria em três vezes, se usadas máscaras cirúrgicas por alunos e N95/PFF2 por professores. O mesmo trabalho concluiu que, em caso de ausência de máscaras, a doença pode infectar até 80% das pessoas que frequentam o ambiente escolar.

Outro trabalho, este nos Estados Unidos, expôs informações importantes sobre a segurança no processo de volta às aulas. O estudo realizado na região de Boston foi feito por cientistas da Universidade Harvard e do Hospital Geral de Boston e teve a publicação realizada no The New England Journal of Medicine.

As pesquisas mostraram que as taxas de infecção entre usuários de máscara foi menor do que em quem não as usou, tanto nas escolas públicas quanta nas privadas. O experimento foi aplicado em dois distritos escolares que mantiveram o uso obrigatório de máscaras por 15 semanas, enquanto outros 70 distritos retiraram o equipamento.

Cientistas coletaram dados semanais e chegaram à conclusão de que houve aumento de quase 45 casos de covid-19 a cada mil pessoas nos ambientes escolares que liberaram o uso das máscaras. Em números totais, esse crescimento correspondeu a mais de 11 mil casos em escolas apenas na região avaliada. Em 12 semanas das 15 semanas monitoradas, houve elevação significativa nos registros da doença.

Devido ao período de isolamento para os infectados, os surtos adicionais de covid-19 nas escolas resultaram em pelo menos 17,5 mil dias perdidos de estudo para alunos e mais de 6,5 mil dias para professores e trabalhadores.

Eficiência das máscaras

Modelo N95/PFF2 é o mais eficiente contra o vírus
Modelo N95/PFF2 é o mais eficiente contra o vírus. (Fonte: Shutterstock/Reprodução)

A Universidade de São Paulo (USP) realizou um estudo em 2021 sobre a eficiência de cada tipo de máscara contra a covid-19. Embora o avanço da variante ômicron tenha alterado a interpretação desses resultados, eles permanecem sendo um bom ponto de referência para a proteção oferecida por cada tipo de equipamento.

As máscaras N95/PFF2 apresentaram fator de proteção de 98% contra o vírus. Em seguida vieram as cirúrgicas, com mais de 89%, e as de TNT, com 78% de eficácia. As versões de pano sem filtro foram consideradas as menos eficientes, variando de 20% a 60%, dependendo da fabricação.

Fonte: Fapesp, USP, The San Juan Daily Star, Cornell University

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