Novo coquetel poderá ser usado para tratamento da covid-19

14 de junho de 2021 4 mins. de leitura
Anticorpos bamlanivimab e etesevimab não são recomendados para casos graves, apenas serão utilizados em hospitais

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A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), por meio de sua Diretoria Colegiada, aprovou o uso emergencial de mais um coquetel de anticorpos monoclonais para serem usados no tratamento de covid-19. A decisão aconteceu no dia 13 de maio, de maneira unânime. 

O medicamento, que é produzido pela farmacêutica Eli Lilly, é produzido a partir da combinação de dois anticorpos: bamlanivimab e etesevimab. Ambos têm ação direta na proteína Spike — a parte do Sars-CoV-2 que permite a entrada do vírus na célula humana e que se acopla ao receptor ACE2. 

Recomendações para o uso do coquetel

Pacientes com menos de 40 quilos ou em estado grave de covid-19 não estarão aptos a receber o coquetel de medicamentos. (Fonte: Shutterstock)
Pacientes com menos de 40 quilos ou em estado grave de covid-19 não estarão aptos a receber o coquetel de medicamentos. (Fonte: Shutterstock)

Por meio de declaração oficial, a Anvisa informou que o uso do coquetel anticovid-19 será recomendado para pessoas maiores de 12 anos que tiverem apresentado resultado positivo do exame PCR e qualquer tipo de comorbidade que aumente o risco de desenvolver a forma grave da doença. Além disso, é necessário pesar mais de 40 quilos.

Testes clínicos utilizando a combinação de medicamentos demonstraram uma redução de 70% nos casos de hospitalização. Por outro lado, a medicação não pode nem deve ser utilizada em enfermos que já estiverem hospitalizados e(ou) necessitam da suplementação de oxigênio.

Conforme explicado pelo gerente-geral de Medicamentos e Produtos Biológicos da Anvisa, Gustavo Mendes, o coquetel não será comercializado em farmácias e só deve ser aplicado em hospitais por meio de prescrição médica. Mendes ressaltou que o remédio ainda não tem eficácia testada clinicamente contra a variante brasileira da covid-19.

Uso de coquetéis contra covid-19 no Brasil

Essa não é a primeira vez que a Anvisa autoriza o uso de um coquetel contra o vírus Sars-CoV-2 em território brasileiro. Ainda em abril de 2021, o órgão aprovou os anticorpos casirivimab e imdevimab, produzidos pelas empresas Regeneron e Roche para o mesmo tipo de uso. Além deles, o antiviral remdesivir também está aprovado desde março.

De acordo com a Anvisa, a distribuição desses medicamentos no tratamento de covid-19 pelo Sistema Único de Saúde (SUS) só depende da avaliação do Ministério da Saúde. A Food and Drug Administration (FDA), autoridade sanitária do governo dos Estados Unidos, e a European Medicines Agency (EMA), agência sanitária europeia, são exemplos de organizações que também aprovaram o uso emergencial da combinação de bamlanivimab e o etesevimab.

Tratamento por anticorpos monoclonais

Anticorpos monoclonais atuam na identificação e na neutralização de agentes infecciosos no organismo. (Fonte: Shutterstock)
Anticorpos monoclonais atuam na identificação e na neutralização de agentes infecciosos no organismo. (Fonte: Shutterstock)

Uma vez injetados nos organismos, os anticorpos monoclonais — como é o caso do bamlanivimab e o etesevimab — passam a atuar como os próprios anticorpos gerados pelo sistema imunológico humano, apesar de serem produzidos em laboratório. Isso faz eles poderem identificar e neutralizar o novo coronavírus, que é o agente infeccioso em questão.

A grande questão no momento é quanto esse tratamento deve custar no Brasil. Segundo o pronunciamento da Anvisa, esse assunto deve ser decidido durante a reunião do Comitê Técnico-Executivo da Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos, que ocorrerá no dia 27 de maio. 

Existe uma certa preocupação quanto à possibilidade desse tipo de tratamento ser considerado de custo elevado para a população brasileira. Para métodos de comparação, o governo norte-americano firmou um acordo de US$ 450 milhões por 300 mil doses do coquetel da farmacêutica Regeneron; em média, esse valor é o equivalente a US$ 1,5 mil por dose do remédio. 

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Fonte: CNN Brasil, Sin Saúde.

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