Levantamento do grupo Médicos sem Jaleco identificou que a receita dos profissionais caiu 44% em média
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Logo no início da pandemia, em março, a Agência Nacional de Saúde (ANS) recomendou que pacientes, médicos, laboratórios, consultórios e instituições hospitalares adiassem consultas, exames e cirurgias que não eram urgentes, para evitar a contaminação pelo coronavírus. Com isso, o sistema de saúde privado sofreu grande impacto em suas receitas financeiras.
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Em junho, a ANS suspendeu a recomendação, mas o prejuízo no setor já estava consolidado. De acordo com um levantamento nacional realizado pelo Sindicato dos Hospitais do Estado de São Paulo (SindHosp), durante esses três meses os planos de saúde deixaram de repassar R$ 18 bilhões para o setor.
Os médicos também foram diretamente afetados. A pesquisa Impacto da Pandemia na Vida do Médico, realizada pelo grupo Médicos sem Jaleco, mostrou que 82% desses profissionais tiveram queda na renda em função da crise sanitária provocada pelo surto de covid-19. Apesar do impacto, soluções tecnológicas e de gestão financeira e tributária podem aliviar as perdas.
Desde o início do surto do novo coronavírus no Brasil, milhares de operações, consultas e exames foram adiados para depois da crise sanitária ou simplesmente cancelados. Cerca de 60% das cirurgias foram suspensas, conforme o Colégio Brasileiro de Cirurgiões (CBC). Essa diminuição provocou uma reação em cadeia que pode, inclusive, prejudicar os empregos no setor.
Em abril, foi registrado o menor número de adesões aos planos de saúde nos últimos 12 meses, conforme o Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS). A quantidade de cancelamentos superou as adesões em 70 mil vidas durante o mês; dos 38 milhões com plano de saúde, 31 milhões estão vinculados a planos empresariais. Dessa forma, o aumento do desemprego pode influenciar na diminuição de clientes desses serviços.
Clínicas de médio porte se preparam para demitir 350 mil enfermeiros, auxiliares de enfermagem, técnicos e trabalhadores da administração. Essa redução de gastos, entretanto, deve ser temporária, uma vez que após a crise haverá uma demanda represada de atendimento em saúde.
O estudo realizado pelo grupo Médicos sem Jaleco apontou que a média de baixa de receita entre os profissionais foi de 44% quando comparada à renda antes da crise sanitária. Quase metade dos profissionais teve redução de faturamento maior que 50%.
A pesquisa que avaliou o impacto da crise sanitária na vida dos trabalhadores de medicina ouviu 683 profissionais de todas as especialidades, principalmente nas capitais dos estados de São Paulo e do Rio de Janeiro durante junho. Os dois locais reúnem cerca de um terço de todos os médicos do Brasil, de acordo com o Conselho Federal de Medicina (CFM).
Outra pesquisa, realizada pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), mensurou o impacto econômico da covid-19 entre os especialistas de ortopedia e traumatologia. De acordo com o levantamento, 98% dos médicos que atuam nessas áreas sofreram impacto significativo. A pesquisa foi respondida por mais de 900 profissionais.
Em artigo publicado no Estadão, Júlia Castilho, especialista em soluções tecnológicas financeiras para a área da saúde, calcula que 89% dos médicos pagam mais impostos do que deveriam. Ela recomenda que os profissionais recorram a uma gestão fiscal e tributária para reaver taxa indevidas, além de verificar outras perdas desnecessárias.
Castilho sugere que é necessário investir em gestão financeira nos consultórios, para que as despesas possam ser adaptadas à realidade apresentada pela crise. A boa gestão, segundo ela, pode gerar ganho de dinheiro e de tempo para o médico, evitando os famosos “ralos” financeiros.
“Da mesma forma que o médico se dedica a se aprofundar em conhecimentos técnicos e científicos, é importante dar atenção às finanças, para evitar ralos financeiros ao longo de uma vida”, afirma Castilho, que lembra que existem soluções tecnológicas que podem auxiliar na gestão, garantindo segurança, eficiência e ganho de tempo.
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Fontes: Saude Business, Portal Hospitais do Brasil, Colégio Brasileiro de Cirurgiões, Instituto de Estudos de Saúde Complementar (IESS), Estadão, Conselho Federal de Medicina (CFM) e Unifesp