Parto normal ou cesariana, quais as diferenças? - Summit Saúde

Parto normal ou cesariana, quais as diferenças?

9 de dezembro de 2022 4 mins. de leitura

Cada método tem benefícios e desvantagens. Novo estudo relaciona melhor resposta do bebê às vacinas após parto normal.

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Parto normal ou cesariana? Esta é uma dúvida frequente que muitas mulheres têm ao descobrirem a gravidez e também tema de muito debate. A escolha deve ser feita com a orientação do médico obstetra, conforme as condições de saúde da mãe e a segurança para ela e seu filho.

Recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), o parto normal é a forma natural e espontânea de dar à luz. O bebê nasce pelo canal vaginal, com a ajuda das contrações uterinas, e diversos benefícios são apontados. Menores riscos de complicações e infecções pós-parto, recuperação mais rápida da mulher e, consequentemente, menor tempo de hospitalização estão entre eles.

Para o recém-nascido, algumas das razões são melhor expansão pulmonar, por meio do mecanismo do parto; possibilidades reduzidas de doenças respiratórias, início imediato da amamentação, e fortalecimento do sistema imunológico pelo contato com a microbiota da mãe, ou seja, com bactérias “do bem”, que protegem de infecções.

A cesariana é uma cirurgia, com corte na região abdominal, e, portanto, envolve riscos, mas pode ser, em determinadas situações, uma opção necessária e mais favorável ao bem-estar materno e fetal, salvando vidas.

As indicações ocorrem quando há, por exemplo, risco de ruptura uterina, que pode provocar hemorragia; infecções que podem ser transmitidas para o bebê, descolamento prematuro da placenta, placenta prévia, que acontece quando ela se fixa em uma posição muito baixa no útero; cirurgias uterinas prévias, posição errada do feto e diabete gestacional ou outras doenças crônicas.

No caso do bebê, quando existe alteração ou diminuição dos batimentos cardíacos, prolapso do cordão umbilical, vitalidade comprometida e malformações, que impedem a passagem pelo canal vaginal. O tempo de internação da mãe é maior e o pós-operatório requer mais cuidados.

Número de cesarianas é crescente

Dados da OMS apontam que o número de cesarianas tem registrado crescimento em todo o mundo. O índice é de um em cada cinco partos, o equivalente a 21% do total, com estimativa de subir para 29% até 2030. A entidade avalia o método como essencial para salvar vidas em situações de risco, mas chama a atenção para que seja realizado apenas por motivos médicos.

Pesquisa da OMS mostra que número de cesarianas vem aumentando no mundo. (Fonte: Shutterstock/Reprodução)
Pesquisa da OMS mostra que o número de cesarianas vem aumentando no mundo. (Fonte: Shutterstock/Reprodução)

Novo estudo relaciona resposta vacinal ao tipo de parto

Bebês nascidos por parto normal teriam mais anticorpos protetores após vacinas. (
Bebês nascidos por parto normal teriam mais anticorpos protetores após vacinas. (Fonte: Shutterstock/Reprodução)

Agora, um novo estudo apontou que o tipo de parto pode estar relacionado a uma melhor resposta do sistema imunológico às vacinas.

Desenvolvida por pesquisadores da Universidade de Edimburgo (Escócia), do The Spaarne Hospital e do Centro Médico da Universidade de Utrecht (Holanda), a pesquisa concluiu que a pneumocócica, que protege contra doenças que atingem o trato respiratório e o cérebro, e meningocócica, que imuniza contra a meningite. Também já foi demonstrado que outras vacinas podem sofrer influência, como a BCG, para prevenir a tuberculose, e a da gripe.

Os resultados foram publicados na revista Nature Communications e a explicação é que essa proteção foi proporcionada pelas bactérias boas da microbiota da mãe. O estudo envolveu o acompanhamento de 120 bebês saudáveis até um ano de idade. Aqueles nascidos por meio de cesariana também produziram anticorpos após serem vacinados, mas pode ser preciso ampliar a proteção com vacinas extras ou probióticos.

Segundo os pesquisadores, as informações são relevantes especialmente para os prematuros ou fetos com distúrbios genéticos, por não terem seus sistemas imunológicos ainda formados quando do nascimento. Esse levantamento, afirmam, é um passo a mais para entender a resposta das vacinas em bebês, mas outros estudos ainda são necessários.

Fonte: OMS, Pastoral da Criança, BBC News, Tua Saúde, Instituto Nascer

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